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Presidente Bolsonaro recebe alta e se reúne com ministros no Alvorada para pôr a agenda em dia

Reprodução/Twitter -
Cercado de seguranças, Jair Bolsonaro não escondeu sua alegria ao deixar o Hospital Albert Einstein
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Após um mês e quinze dias, começa hoje para valer o governo Bolsonaro. O presidente, que recebeu alta ontem, depois de 15 dias internado para remoção da bolsa de colostomia, celebrou pelas redes sociais "por finalmente poder voltar a trabalhar em plena normalidade".

Ontem, no mesmo instante em que, em Brasília, o porta-voz da presidência, Otávio Rêgo Barros anunciava que Bolsonaro acordou "ansioso, vibrando e pronto para voltar ao combate", o presidente já embarcava de São Paulo rumo ao Palácio da Alvorada, mas ainda sob a supervisão médica, que recomendou repouso nos primeiros dias.

Como a orientação foi, segundo o porta-voz, que Bolsonaro fizesse uma "autoavaliação" sobre quando realizar reuniões e se deslocar, o presidente não poupou tempo. As visitas começaram às 15h30, com o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, general Augusto Heleno, que também participou dos encontros seguintes. Às 17h30, com o ministro da Defesa, Fernando Azevedo. E, às 18h30 a reunião se ampliou, com a chegada do ministro-chefe da Casa Civil Onyx Lorenzoni.

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Cercado de seguranças, Jair Bolsonaro não escondeu sua alegria ao deixar o Hospital Albert Einstein (Foto: Reprodução/Twitter)

A previsão inicial era de liberação no início de fevereiro, nos primeiros dias após o procedimento cirúrgico, por isso, o presidente optou por não delegar a interinidade ao seu vice, Hamilton Mourão. Preferiu improvisar um gabinete no próprio hospital, o que acabou gerando críticas pelo fato de o país ficar paralisado por tanto tempo.

Oscilações no quadro clínico impediram que o presidente Bolsonaro saísse no tempo esperado. Primeiro, o procedimento cirúrgico para reconstrução do trânsito intestinal, durou sete horas, consumindo mais tempo que o esperado.

Além disso, no dia 2 de fevereiro, o presidente teve que usar uma sonda nasogástrica, por causa dos episódios de náusea e vômito que vinha sentindo, após a cirurgia. No dia seguinte, teve febre e alteração de alguns exames laboratoriais, por isso, o que combateu com antibiótico. Ele teve que colocar um dreno para retirar líquido encontrado ao lado do intestino. A febre não cedeu e, no dia 6 de fevereiro, foi diagnosticado com pneumonia.

O boletim médico divulgado ontem, que justifica a alta, diz que "com a evolução da movimentação intestinal e aceitação da dieta líquida, foi iniciada uma dieta cremosa. A nutrição parenteral foi sendo reduzida gradativamente até sua suspensão em 11 de fevereiro, quando foi iniciada uma dieta leve e mantido o suplemento nutricional".

Segundo a nota, Bolsonaro recebeu alta "com o quadro pulmonar normalizado, sem dor, afebril, com função intestinal restabelecida e dieta leve por via oral".

Na entrevista, o porta-voz frisou que "em nenhum momento" ao longo do tratamento houve os médicos suspeitaram da existência de câncer no presidente, como chegou a circular nas redes sociais.

O presidente também não deixou de fazer política pelas redes sociais. Postou em seu perfil do Twitter, o comentário sobre a votação, no plenário do Supremo Tribunal Federal (STF), da criminalização da homofobia. No post, reproduziu o parecer do Advogado Geral da República (AGU), André Luiz de Almeida Mendonça, sobre o tema, contrário à matéria. O advogado, que é pastor da Igreja Presbiteriana, apelou para que o Supremo não torne crime a homofobia e deixe a questão ser discutida no Congresso Nacional.

Antes de ser internado para realizar a cirurgia, no dia 27 de janeiro, Bolsonaro passou uma semana em Davos, na Suíça, participando no Forum Econômico Mundial 2019. E antes, a agenda ficou limitada a cerimônias de posse e passagens de comando.

Com o retorno ao trabalho, a expectativa é que o presidente bata o martelo sobre matérias que aguardam direcionamento, como a Reforma Previdenciária.