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Queiroz alega doença e não aparece para depor

Bolsonoro reúne a equipe: Mudaremos a direção do Brasil

Arquivo/Governo de Transição -
Entre Onyx Lorenzoni e o vice Hamilton Mourão, Jair Bolsonaro baixa lei do silêncio sobre decisão do ministro Marco Aurélio
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O procurador-geral de Justiça do Rio, Eduardo Gussem, informou ontem que Fabrício José Carlos de Queiroz, ex-motorista e ex-assessor do deputado estadual Flavio Bolsonaro (PSL), não compareceu à audiência que estava marcada para a tarde de ontem, no Ministério Publico do Rio.

Os advogados do ex-motorista alegaram ao MPRJ questões de saúde e pouco tempo para analisar os autos. De acordo com o MPRJ, a oitiva para o motorista esclarecer as transações atípicas em sua conta apontadas pelo Coaf foi remarcada para a próxima sexta-feira, 21.

Segundo o MPRJ, os advogados de defesa de Fabrício comunicaram, no início da tarde de ontem, “que não tiveram tempo hábil para analisar os autos da investigação e relataram que seu cliente teve “inesperada crise de saúde” e estaria em atendimento para a realização de exames médicos de urgência, acompanhado de sua família”.

“Em razão disso, o advogado solicitou o adiamento das oitivas e requereu cópia dos autos da investigação”, informou, por nota, o MPRJ. A investigação corre sob sigilo e está sendo conduzida pelo Grupo de Atribuição Originária em Matéria Criminal do MPRJ.

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Entre Onyx Lorenzoni e o vice Hamilton Mourão, Jair Bolsonaro baixa lei do silêncio sobre decisão do ministro Marco Aurélio (Foto: Arquivo/Governo de Transição)

Lei do silêncio

Após a primeira (e última) reunião com todo o seu futuro ministério antes da posse, realizada ontem, o presidente eleito Jair Bolsonaro preferiu não falar à imprensa, como vinha fazendo anteriormente. Bolsonaro teria conversado sobre metas, mas os temas discutidos não foram confirmados pela assessoria da transição. Bolsonaro, chegou a Brasília ontem pela manhã e retornou ao Rio à noite. Segundo a assessoria de imprensa, Bolsonaro só retornará à capital federal no dia 29, sábado, para se preparar para a posse, no dia primeiro de janeiro.

O presidente eleito preferiu realizar a reunião na residência a Granja do Torto, cujo acesso das autoridades é mais reservado e distante da imprensa. Assim que desembarcou em Brasília postou no Twitter uma mensagem aos seus seguidores, informando que se encontraria com os futuros ministros.

“Em Brasília, onde passaremos o dia com futuros ministros, recebendo informações e estabelecimentos de metas iniciais para que comecemos agindo de forma efetiva no dia primeiro de janeiro de 2019. Não há dúvidas que mudaremos a direção que governos anteriores colocaram o Brasil!”, tuitou.

Bolsonaro baixou uma espécie de lei do silêncio na reunião ministerial e pediu aos ministros que não se pronunciassem sobre a decisão do ministro Marco Aurélio, do STF, que abria caminho para a soltura dos presos condenados em segunda instância. O clima foi de contrariedade. Na avaliação de Bolsonaro, a reunião ministerial deveria passar à população a mensagem de que o governo está discutindo as ações a serem adotadas a partir de 2019 para tirar o País da crise. A portas fechadas, porém, o tema “aterrissou” no encontro e foi dito que ali que não cabe ao futuro governo se insurgir publicamente contra o Judiciário.

Fora da Granja do Torto, no entanto, aliados de Bolsonaro usaram termos duros para se referir à possibilidade de soltura de Lula e muitos chegaram a pregar a intervenção no Supremo.