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'Conte conosco', diz Bolsonaro a ministro italiano sobre extradição de Battisti

Arquivo/ Agência Brasil -
Cesare Battisti
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O presidente eleito Jair Bolsonaro respondeu ao ministro do Interior italiano, Matteo Salvini, que havia comentado a decisão do ministro Luiz Fux do Supremo Tribunal Federal (STF) de determinar a prisão de Battisti. “Darei grande valor ao presidente @jairbolsonaro se ele ajudar a Itália a ter justiça, "presenteando" Battisti com um futuro na sua terra natal”, afirmou o ministro no Twitter. "Conte conosco", escreveu Bolsonaro, também pela rede social. "Que tudo seja normalizado brevemente no caso deste terrorista assassino defendido pelos companheiros de ideais brasileiros!"

Mais cedo, o ministro da Justiça italiano, Alfonso Bonafede, havia dito que Roma só ficará satisfeita quando Battisti "for extraditado para a Itália". "O Supremo Tribunal Federal brasileiro ordenou a prisão de Cesare Battisti. Nosso pedido para rejeitar seu recurso foi aceito. É nisso que o ministério da Justiça tem trabalhado há um longo tempo. Mas só ficaremos satisfeitos quando Battisti for extraditado para Itália", escreveu Bonafede no Twitter.

Na quinta-feira, o ministro Luiz Fux, do STF, decretou a prisão "com finalidade de extradição" de Battisti. "Determino a prisão cautelar para fins de extradição do nacional italiano Cesare Battisti", escreveu Fux. A medida visa a impedir qualquer "tentativa de fuga" de Battisti, que o presidente eleito Jair Bolsonaro prometeu extraditar.

A prisão de Battisti foi solicitada ao Supremo pela Procuradora-Geral da República, Raquel Dodge. Battisti, 63 anos, foi condenado à prisão perpétua na Itália por quatro homicídios na década de 1970 - dos quais se declara inocente - quando militava no grupo Proletários Armados pelo Comunismo (PAC).

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Cesare Battisti (Foto: Arquivo/ Agência Brasil)

O italiano passou quase 30 anos como fugitivo entre México e França, onde teve uma bem sucedida carreira de escritor de romances policiais, até fugir para o Brasil, em 2004. Em 2010, a justiça autorizou sua entrega à Itália, mas o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva lhe concedeu status de refugiado político.

Mas após sua eleição, no final de outubro, Jair Bolsonaro prometeu extraditar Battisti, um gesto muito agradecido por Matteo Salvini. Em outubro do ano passado, o mesmo Fux impediu o cumprimento de uma medida cautelar que autorizava a extradição de Battisti, até que o Supremo se pronunciasse sobre o caso.

No final de outubro, em entrevista à italiana Radio Rai, Battisti chamou Bolsonaro de "charlatão" e afirmou que como presidente não teria autoridade para extraditá-lo, já que estava protegido pelo Supremo.

"Vamos torcer para que sua extradição seja rapidamente confirmada. Aqui, as prisões de seu país o aguardam de braços abertos", comentou Giorgia Meloni, líder do partido de extrema-direita Fratelli d'Italia (FDI).

Com AFP