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DEM se alia a Bolsonaro

Decisão ainda depende da Executiva, mas ACM Neto diz que partido caminha nesse sentido

Rafael Carvalho/Gabinete de Transição -
ACM Neto, Ronaldo Caiado e os futuros ministros Luiz Mandetta, Onix Lorenzoni e Tereza Cristina, todos do DEM, acompanham a fala de Bolsonaro
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O Democratas, partido que conta com três ministros no futuro governo, inclusive o da Casa Civil, deve compor a base aliada do futuro governo Jair Bolsonaro. Após encontro com o presidente eleito, ontem, o presidente do DEM, Antônio Carlos Magalhães Neto, evitou oficializar o apoio, mas sinalizou que a Executiva Nacional tende a aprovar a decisão em sua próxima reunião.

“As coisas estão caminhando para isso. Todo momento tem sido de troca de ideias, de aprofundamento do conhecimento da agenda do governo”, disse Neto, acrescentando que existem agendas convergentes entre Bolsonaro e o seu partido, sobretudo no campo econômico. “Já existem posições que o governo vem sinalizando que são defesas históricas do Democratas”, completou.

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ACM Neto, Ronaldo Caiado e os futuros ministros Luiz Mandetta, Onix Lorenzoni e Tereza Cristina, todos do DEM, acompanham a fala de Bolsonaro (Foto: Rafael Carvalho/Gabinete de Transição)

Bolsonaro, que já foi filiado a sete partidos, teve breve passagem pelo DEM em 2005, quando a sigla ainda se chamava Partido da Frente Liberal (PFL). “O fato de o presidente Bolsonaro já ter familiaridade com o partido consolida esse ambiente positivo e muito construtivo que pode acontecer pela frente”.

Integrarão o ministério do próximo governo os democratas Onyx Lorenzoni, da Casa Civil; Luiz Mandetta, da Saúde, e Tereza Cristina, da Agricultura. “Não podemos esconder que o partido tem satisfação por ter três dos seus membros mais importantes integrando o primeiro escalão. Nós não indicamos, foi uma escolha do presidente, mas são ministros altamente qualificados. Isso também gera um ambiente muito positivo com o Democratas”, reforçou.

O deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), que tenta a reeleição como presidente da Câmara, não compareceu ao encontro. Segundo o presidente do DEM, a ausência foi combinada com o próprio Maia, que já havia se encontrado com Bolsonaro como presidente da Câmara. “Rodrigo tem uma posição institucional. Compreendemos que seria melhor, para que o partido tivesse maior liberdade de expor as suas posições, que o Rodrigo não estivesse nessa reunião”, ponderou.

Na véspera, o presidente da Câmara havia recebido cerca de 30 deputados do PSL, de Bolsonaro, em um jantar oferecido a novos parlamentares, no qual também estiveram representantes de outros partidos. Na próxima legislatura o PSL será a segunda maior bancada, com 52 deputados. O deputado Eduardo Bolsonaro (SP), já refutou a ideia de o partido apoiar Maia. Recentemente, ele disse que o futuro presidente da Câmara terá que “tratorar” a oposição na Câmara, o que, para ele, não faz parte do perfil do atual.

Ontem, aliás, após o encontro com o DEM, foi a vez do time de Eduardo Bolsonaro se encontrar com o presidente eleito. Segundo o deputado, na conversa que teve com os correligionários, Bolsonaro, o pai, pediu “serenidade” aos novos parlamentares. A orientação, de acordo com Eduardo, é não declarar votos para a presidência ou qualquer outro cargo na Câmara. “As articulações ainda estão ocorrendo, então mais para a frente eles terão uma visão mais clara de como proceder nessas votações”.

Também na reunião, a bancada escolheu, por aclamação, o Delegado Waldir (GO) como novo líder, em substituição a Eduardo Bolsonaro que, segundo disse, tem recebido muitas demandas, por ser líder “e também filho de Bolsonaro”. Waldir comandará a bancada até fevereiro, quando terá início a próxima legislatura e serão feitas novas eleições.