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Gleisi acredita que Lula será solto antes do Natal

PT aposta em um pedido de habeas corpus em análise no STF

Rovena Rosa/Agência Brasil -
A presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, fala com a imprensa no Hotel Pestana.
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A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, afirmou, ontem, ter a esperança de que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que está preso em Curitiba, seja libertado antes do Natal. “Temos muita esperança que Lula saia da prisão antes do Natal. Se isso não acontecer, estamos organizando um Natal com Lula”, afirmou durante a Conferência Internacional em Defesa da Democracia, promovida pela Fundação Perseu Abramo, em São Paulo. A aposta do PT deve-se a um habeas corpus que está em análise no Supremo Tribunal Federal (STF), que pede a liberdade do ex-presidente Lula.

“Entendemos que Lula é inocente, não oferece nenhum risco à sociedade para estar em uma prisão em segundo grau. E achamos que o Supremo tem se mostrado recentemente com posições mais garantistas”, disse lembrando que, caso ele não seja solto, o partido está organizando uma ceia de Natal em frente ao prédio da PF onde Lula está preso. Um pedido de prisão domiciliar para o ex-presidente estava sendo cogitado por pessoas próximas a ele, mas não foi confirmado pela defesa de Lula.

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A presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, fala com a imprensa no Hotel Pestana. (Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil)

Gleisi voltou a dizer que Lula foi preso “sem provas” em meio ao “altíssimo grau de politização” do Judiciário. “Com Lula valeu tudo, julgamento rápido, cerceamento de defesa, ordens por telefone para não deixar a liberação, grampos telefônicas pra gravar suas conversas”, afirmou ao citar o juiz italiano Luigi Ferraioli, para quem foi “usado contra Lula o direito penal do inimigo”.

“Isso é evidenciado pela nomeação de Moro para ministro da Justiça. Sabemos que cargo de ministro é cargo político, não técnico”, disse. Para ela, com a ida de Moro para o governo Bolsonaro “teremos um estado policial” no País. “E achamos que esse estado vai ser opressor a quem fizer oposição ao governo”, completou. “Teremos um estado opressor e a população submetida a um estado muito grave de proteção social”, ressaltou criticando também o futuro ministro da Economia, Paulo Guedes, chamado de “Chicago’s boy” pela petista.

No evento, Gleisi fez críticas ao presidente eleito Jair Bolsonaro, relembrando falas em defesa da ditadura militar e citou encontro realizado no fim de semana da Cúpula Conservadora das Américas, que, segundo ela, busca fazer uma ofensiva contra a esquerda no mundo e no Brasil, onde o PT foi eleito como “inimigo número um”. “Bolsonaro não é apenas uma ameaça para o Brasil, é uma ameaça para a América Latina e para o mundo”, acrescentou.

Segundo ela, o papel do PT é de resistência e de articular uma frente democrática com partidos de esquerda, movimentos sociais e a sociedade civil para combater os retrocessos.

“Nós só teremos força e essa frente só vai ter sucesso e atingir seus objetivos se nós tivermos ajuda das forças progressistas no mundo. Essa é uma luta internacional”, disse. “Se nós não nos fortalecermos internacionalmente, se não tivermos uma frente de defesa da democracia e dos direitos, não vamos conseguir fazer frente a essa onde de ultra direita que esta se formando em vários locais”, completou.