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Bolsonaro anuncia colombiano como futuro ministro da Educação

Saia justa na transição: Sob pressão de evangélicos, Bolsonaro recua e escolhe Ricardo Velez Rodriguez para a Educação

reprodução facebook -
Rodrigues, o novo ministro: professor emérito da Escola de Comando do Estado Maior
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Após sofrer pressão da bancada evangélica na Câmara, contrária à indicação do educador Mozart Ramos para o ministério da Educação, o presidente eleito Jair Bolsonaro anunciou o educador colombiano Ricardo Velez Rodriguez como futuro ministro da Educação. O anúncio foi feito pelo Twitter. Segundo Bolsonaro, o futuro ministro é filósofo e atualmente é professor emérito da Escola de Comando do Estado Maior do Exército.

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Rodrigues, o novo ministro: professor emérito da Escola de Comando do Estado Maior (Foto: reprodução facebook)

Ainda de acordo com Bolsonaro, Rodriguez é professor de filosofia, mestre em pensamento brasileiro pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ), doutor em pensamento luso-brasileiro pela Universidade Gama Filho, pós-doutor pelo Centro de Pesquisas Políticas Raymond Aron e tem “ampla experiência docente e gestora”. Velez é autor de mais de 30 livros, entre eles “A Grande Mentira - Lula e Patrimonialismo Petista”.

Em seu perfil no Facebook, o futuro ministro da Educação deixa claro o alinhamento ideológico a Bolsonaro, criticando com acidez o educador

Mário Sérgio Cortella. Segundo Velez Rodriguez, “É necessário na educação, senhor Cortella, que se limpe todo o entulho marxista que tomou conta das propostas educacionais de não poucos funcionários alojados no Ministério da Educação. Isso para início de conversa. Os Institutos Militares são excelentes lugares de ensino. Mas não é, exatamente, questão de dinheiro. Eles são excelentes porque há patriotismo e porque neles se faz o que de muito tempo não se faz em não poucas instituições públicas de ensino: há estudo, disciplina, valorização dos docentes e amor pelo Brasil. Tudo que os petralhas e colaboradores não fizeram ao longo dos últimos anos! Isso, apesar de Lula e Companhia terem ‘contingenciado’ o orçamento das Forças Armadas, naquilo que os nossos militares mais queriam: garantir a proteção de fronteiras no Brasil”.

Mozart fora do páreo

Na quarta, o governo de transição negou que tenha havido convite ao diretor executivo do Instituto Ayrton Senna. Para contornar o constrangimento, o ministro Extraordinário da transição, Onyx Lorenzoni, chamou a imprensa, ontem, em Brasília, para tecer elogios a Ramos e a Viviane Senna, presidente do Instituto, que durante as duas últimas semanas dialogaram com o governo de transição sobre a educação no Brasil.

“Quero, em nome do governo de transição, dizer que temos profundo respeito e admiração pela história do professor Mozart Ramos, que dedica sua vida à educação brasileira. Em nenhum momento nenhum membro do gabinete de transição e tampouco o presidente da república (eleito) deram qualquer indicativo de que havia uma definição”, afirmou Lorenzoni.

Segundo o ministro, a equipe de transição convidou os dois para conversar para “mostrar a Jair Bolsonaro as boas e positivas experiencias que existem”. Ele destacou a atuação do Instituto Ayrton Senna no campo da alfabetização. “Como eles vieram ao nosso convite para nos ensinar (como fazer na área da educação) achei importante que eu viesse aqui para explicar à sociedade a importância do instituto Ayrton Senna”.

Bolsonaro chegou a dizer, após encontro com os novos comandantes das Forças Armadas, que a informação que havia corrido sobre as negociações com Mozart era “fake news”, passada por “aqueles que querem criar intriga com a bancada evangélica”.

Ainda na quarta-feira, quando as primeiras informações sobre a indicação de Mozart surgiram, uma romaria de parlamentares evangélicos seguiu até o Centro Cultural do Banco do Brasil, onde está instalado o gabinete de transição, para barrar o nome do educador, que já esteve à frente da secretaria de Educação de Pernambuco. A alegação dos parlamentares é a de que o diretor do Instituto Ayrton Senna não é favorável ao movimento “Escola sem partido”.

A reunião entre Bolsonaro e Mozart, na qual o convite seria oficializado, marcada para ontem, acabou sendo cancelada. Em lugar do educador, o futuro presidente recebeu o procurador regional do Distrito Federal, Guilherme Schelb. Ao deixar o encontro, Schelb disse que “não houve convite” para que ele conduzisse a pasta. Mas declarou que contava com “o apoio de muitos políticos da bancada evangélica. ” Depois disso, Velez Rodriguez foi chamado com urgência a Brasília e aceitou o convite.

reprodução facebook - Rodrigues, o novo ministro: professor emérito da Escola de Comando do Estado Maior