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Petistas aguardam nova condenação de Lula

Juíza Gabriela Hardt mostra rigor no processo do sítio de Atibaia

Ajufe -
Juíza Gabriela Hardt
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A defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem até a próxima segunda-feira para apresentar pedidos complementares relativos ao processo sobre o sítio de Atibaia (SP). O prazo foi determinado pela juíza federal Gabriela Hardt, que substitui o ex-juiz Sérgio Moro nas ações da Operação Lava Jato, em Curitiba (PR). Nessa semana, a magistrada interrogou o ex-presidente Lula, que é acusado de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

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Juíza Gabriela Hardt (Foto: Ajufe )

Para a força-tarefa da Operação Lava Jato, ele teria sido beneficiário de R$ 1,02 milhão em melhorias da propriedade rural no interior de São Paulo usado por ele como lazer. Lula já foi condenado em segunda instância no caso do tríplex de Guarujá e cumpre pena na Superintendência da Polícia Federal, na capital paranaense. Passada essa fase da ação penal, haverá novo prazo para as alegações finais, quando a acusação e as defesas apresentarão suas argumentações e pedidos.

O depoimento, que durou cerca de 3 horas, foi marcado por um clima tenso e a postura de Gabriela foi considerada dura por advogados e juristas. A magistrada advertiu o petista logo no início do depoimento e Lula disse não saber do que era acusado, afirmando ser vítima de uma “farsa”. A juíza reagiu quando Lula sugeriu amizade entre Moro e o doleiro Alberto Youssef, delator na Lava Jato e Banestado. “Ele não vai fazer acusações a meu colega aqui”, disse.

“É bom que se diga que essa juíza já vem com a virulência antipetista e antilulista de casa. O seu pai é um militante nas redes sociais, destilando ódio contra o PT e contra o presidente Lula”, afirmou o advogado de Lula, deputado Wadih Damus (PT-RJ). Para ele, o interrogatório deu o tom do que deve ser a sentença, a condenação do ex-presidente. “O comportamento dessa juíza no depoimento do presidente Lula mostra bem o que estou dizendo, prepotente, arbitrária, destilando bílis, abusando de seu poder e já mostra o que será essa sentença. Uma sentença anunciada como era a sentença do tríplex”, disse.

Segundo Wadih Damous, o ex-presidente rebateu as acusações e esclareceu os fatos, mas “isso pouco importa para esse tipo de juiz”. “A voz da defesa, a voz do acusado entram por um ouvido e saem pelo outro. A determinação dessa juíza assim como a de seu antecessor não é julgar, é condenar”, enfatizou.

“O presidente Lula vai ter que buscar a justiça, que lhe é negada pelo sistema de justiça brasileiro até agora, no meio do povo e quem sabe no Supremo Tribunal Federal”, completou o deputado.