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Gleisi: "Para que essa pressa em condenar Lula?"

Reprodução -
Gleisi Hoffmann
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Apoiadores e parlamentares do Partido dos Trabalhadores já estão em frente à sede da Justiça Federal, onde o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva presta seu terceiro depoimento à Lava Jato nesta quarta-feira (14). O deputado Paulo Pimenta e os senadores Gleisi Hoffmann e Lindbergh Farias concederam entrevista no local.

"Ele [Moro] já é um ministro da Justiça designado pelo governo Bolsonaro e ainda tenta controlar o processo do presidente Lula", disse Lindbergh Farias, derrotado nas últimas eleições para o Senado. "É uma desmoralização total de todo esse processo", completou. 

>> Lula presta depoimento em Curitiba no processo do sítio de Atibaia

Gleisi, assim como Lindbergh, destacou o fato de Sérgio Moro ter tirado férias da magistratura, a fim de deixar os processos da Lava Jato com sua substituta, a juíza Gabriela Hardt. "Não tem prova, tem apenas a convicção do Ministério Público e, infelizmente, o juiz Sérgio Moro manda o processo andar. E o que é mais grave ainda é que o juiz Sérgio Moro, ao ser nomeado para um cargo político de Ministério da Justiça, tira férias para sua Vara continuar prevendo o processo, e portanto a juíza substituta [Gabriela Hardt], sua amiga, continuar julgando Lula", ressaltou a presidente nacional do PT. "Para que essa pressa em condenar Lula?", indagou. 

Moro, prosseguiu Gleisi, tirou férias para que a "amiga dele pudesse continuar o julgamento e seguir o seu roteiro que é condenar o presidente Lula". Questionada sobre a expectativa em relação à substituta, Gleisi declarou em frente ao prédio da Polícia Federal: "Nenhuma. Porque é uma juíza que é a sequência do que o juiz Sérgio Moro quer."

A presidente do partido afirmou ainda que Moro deveria se exonerar do cargo assim que aceitou ser ministro para que o processo de Lula fosse redistribuído a outro magistrado definitivamente.

A dirigente petista também declarou que Lula é inocente das acusações de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Ela classificou o depoimento de hoje como "mais uma peça teatral desse processo".

O depoimento de Lula estava marcado para 14h, mas houve um atraso. De acordo com a assessoria de imprensa da Justiça Federal do Paraná, o interrogatório de Lula começou às 15h09. Antes, o empresário José Carlos Bumlai, réu por lavagem de dinheiro na mesma ação penal, foi ouvido pela juíza Gabriela Hardt, que conduz os interrogatórios. 

O ex-presidente, condenado a 12 anos e um mês de prisão pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro em outro processo, o caso do triplex em Guarujá (SP), deixou a carceragem da Superintendência da Polícia Federal onde está preso, desde abril, às 13h40. De carro, foi para a sede da Justiça Federal, que também fica na capital paranaense. Esta é a primeira vez que ele deixou a superintendência em sete meses.

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Gleisi Hoffmann (Foto: Reprodução)

Caso

Lula foi denunciado por recebimento de propina das construtoras OAS e Odebrecht. Outras 12 pessoas também estão denunciadas no processo. Lula nega as acusações e diz não ser dono do sítio. De acordo com as investigações, foram feitas reformas e melhorias no patrimônio.

Pelas investigações, as reformas no sítio começaram após a compra da propriedade pelos empresários Fernando Bittar e Jonas Suassuna, amigos de Lula. No laudo elaborado pela Polícia Federal, em 2016, os peritos citam as obras que foram realizadas, entre elas a de uma cozinha avaliada em R$ 252 mil.

A estimativa é de que tenha sido gasto um valor de cerca de R$ 1,7 milhão, somando a compra do sítio (R$ 1,1 milhão) e a reforma (R$ 544,8 mil). A defesa de Lula sustenta que a propriedade era frequentada pela família do ex-presidente, mas ele não é proprietário do sítio.

(Com Estadão conteúdo)

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