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Em solenidade no Congresso, Jair Bolsonaro volta a afirmar compromisso com a democracia

A Constituição é o Norte

Antonio Cruz/Agência Brasil -
Com o vice, general Hamilton Mourão, a seu lado, o presidente eleito Jair Bolsonaro exibiu a Constituição Federal, ao discursar no Congresso
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O presidente eleito Jair Bolsonaro voltou a mencionar a Constituição como “Norte” da democracia. Em sua primeira passagem por Brasília desde que foi eleito, ele participou, ontem, da sessão solene em homenagem aos 30 anos da Constituição Federal, promovido pelo Congresso Nacional, com a presença de representantes do Executivo, Legislativo e Judiciário.

“Na topografia existem três Nortes: o da quadrícula, o verdadeiro e o magnético. Mas na democracia há só um Norte, que é a Constituição”, declarou, erguendo a Carta Magna em sinal de respeito. Bolsonaro participava do evento como deputado, já que ainda integra atual legislatura, mas foi convidado pelo presidente do Congresso, senador Eunício Oliveira (MDB-CE), a integrar a Mesa. Antes do último discurso, do presidente Michel Temer, Eunício abriu espaço para Bolsonaro, que fez uma brevíssima fala.

Os discursos dos que o antecederam apontaram para a responsabilidade do chefe do Executivo de fazer cumprir o que reza a Constituição. Uma das cobranças partiu do presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Dias Toffoli. “Em seu último ato de campanha, Vossa Excelência estava exatamente com a Constituição à mão e celebrando que, uma vez eleito, iria cumprir, como vai cumprir, a Constituição e as leis do Brasil”, disse Toffoli, sentando ao lado de Bolsonaro durante a solenidade.

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Com o vice, general Hamilton Mourão, a seu lado, o presidente eleito Jair Bolsonaro exibiu a Constituição Federal, ao discursar no Congresso (Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil)

No domingo das eleições, no discurso da vitória, diante das TVs, Bolsonaro se dirigiu aos espectadores para dizer “faço de vocês minhas testemunhas de que este governo será defensor da Constituição, da democracia e da liberdade. Não é a promessa de um partido. Não é a palavra vã de um homem. É um juramento a Deus”.

Além da solenidade no Congresso Nacional, o presidente eleito cumpriu um roteiro de visitas a militares, numa clara demonstração do destaque que o setor terá em seu governo. “Eu sou oriundo da carreira e os militares terão lugar de destaque nesse governo”, disse ao chegar para almoço com o ministro da Defesa, general Joaquim Luna e Silva. Perguntado sobre orçamento, Bolsonaro sinalizou que os militares são prioridade também nesta área. “Segundo Paulo Guedes [futuro ministro da Fazenda], não haverá recursos contingenciados para as Forças Armadas. Nada mais justo. É um reconhecimento às Forças Armadas não contingenciar recursos que são tratados com tanto zelo por parte deles, que grandes serviços prestam a todo o Brasil, especialmente em momentos difíceis que a nação atravessa”, reforçou.

Bolsonaro também esteve com o comandante da Marinha, almirante Eduardo Bacellar Leal, e, em seguida, encontrou-se com o comandante do Exército, general Eduardo Villas Bôas. Hoje, está previsto um café da manhã com o comandante da Aeronáutica, brigadeiro Nivaldo Rossato. Somente depois desse compromisso é que visitará os representantes dos outros Poderes. Vai se reunir, ainda pela manhã, com o ministro Dias Toffoli, do STF, e, à tarde, com Michel Temer.