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PT critica ideia de oposição propositiva

Para Paulo Pimenta, líder na Câmara, é preciso defender a democracia

Reprodução -
Ministro Paulo Pimenta
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O líder do PT na Câmara, Paulo Pimenta (RS), criticou, ontem, a decisão do PCdoB, PDT e PSB de criar um bloco parlamentar para fazer “oposição propositiva” ao governo Bolsonaro. Segundo ele, “é não entender o que está acontecendo no Brasil”. “Ou as pessoas acham que esse projeto do fascista veio pra ficar 3 anos, 4 anos? É um projeto de poder que vai se arrastar durante muito tempo se nós não tivermos capacidade de organizar a sociedade para uma frente ampla. Não existe oposição propositiva para fascista”, disse.

Pimenta comparou a situação brasileira a ditaduras e disse que “é mais ou menos como propor que, na Alemanha Oriental, a gente tivesse que fazer uma oposição propositiva a Hitler”. Citou outros regimes semelhantes como na Espanha, durante o governo de Franco, na França, durante a ocupação de Hitler, e no Chile, do general Pinochet. “Ontem eu vi colegas falando que não vão querer estar com o PT porque vão querer fazer oposição propositiva. O que seria essa oposição propositiva? Quais são os projetos do Bolsonaro que eles estão dispostos a apoiar?”, indagou.

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Pimenta afirma que não é possível imaginar uma oposição sem o PT e o PSOL (Foto: Reprodução)

Na quarta-feira, os líderes do PCdoB, Orlando Silva (SP), do PDT, André Figueiredo (CE) e do PSB, Tadeu Alencar (CE) anunciaram a criação de um bloco parlamentar de oposição ao presidente eleito. A formação do grupo conta para obter cargos na Mesa Diretora da Câmara e presidência de comissões. Segundo Figueiredo, as três legendas não serão automaticamente contra todos os projetos encaminhados pelo Executivo. “Reconhecemos a legitimidade do Bolsonaro que foi eleito com 57 milhões de votos. Não vamos ser contra tudo”, disse.

Para Pimenta, é precipitado tomar essa iniciativa sem saber como vão estar os blocos parlamentares em fevereiro de 2019, quando se inicia nova legislatura no Congresso Nacional, e sem considerar a mobilização da sociedade. Além disso, acrescentou, já neste ano há uma “longa pauta pela frente” como a reforma previdenciária, o projeto escola sem partido, a cessão onerosa do pré-sal e a proposta de criminalização dos movimentos sociais. Não é possível “imaginar uma oposição sem a participação do PT e do PSOL”, disse. “Não são três parlamentares que vão querer sentar em torno de uma mesa agora, e decidir quem vai quem não vai ser e quem vai ser oposição no Brasil”, completou.

Na coletiva, destinada a falar sobre Sérgio Moro no Ministério da Justiça e o governo Bolsonaro, Pimenta ainda afirmou esperar que esses partidos “possam compreender” o cenário político nacional e que “um grande bloco democrático contra o fascismo com a participação de todo mundo que quiser participar” venha a ser formado no ano que vem. “A nossa linha é formar uma grande frente em defesa da democracia e de combate avanço ao fascismo. Essa frente não pode excluir ninguém, o critério é querer participar. O PSDB vai ser oposição a Bolsonaro e com certeza vamos ter parlamentares que estarão no campo do combate à extrema direita e ao fascismo, vai ter do MDB, de outros partidos”, disse.