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PT indica Haddad para liderar frente democrática

Para Executiva Nacional, ex-prefeito tornou-se maior que o partido

Paulo Pinto -
Gleisi Hoffmann explicou que os demais partidos de esquerda serão procurados
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Depois de reunir apoio a sua candidatura para além do PT e obter 45 milhões de votos no segundo turno das eleições, o ex-prefeito Fernando Haddad desponta como o novo líder do partido e habilitado a articular a criação de uma frente democrática e de resistência em oposição ao governo Bolsonaro. Após reunião da Executiva Nacional, ontem em São Paulo, a presidente da legenda, senadora Gleisi Hoffmann (PR), disse que Haddad sai das eleições maior do que o PT e é grande liderança, depois do ex-presidente Lula.

“Haddad tem um papel importante e relevante nesse processo, que é um papel maior do que o PT porque ele sai depositário da esperança e da luta pela democracia de diversos setores da sociedade. O PT dará toda as condições para que Haddad exerça o papel de articulador junto com outras lideranças de partidos para consolidar essa frente de resistência”. “Ele não precisa ter cargos [no partido] para participar dos processos de deliberação do PT. A posição dele é de um protagonismo importante no PT”, afirmou, ao ser perguntada sobre o fato de Haddad não ocupar um cargo formal na estrutura partidária.

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Gleisi Hoffmann explicou que os demais partidos de esquerda serão procurados (Foto: Paulo Pinto)

A percepção do PT é que o fato de Haddad ter conseguido angariar um considerável número de apoios na reta final da campanha eleitoral, de juristas, artistas e personalidades como do ex-ministro Joaquim Barbosa e do ex-procurador Rodrigo Janot, abre um espaço para o partido reunir diferentes espectros políticos e a sociedade civil organizada. A interlocutores, o ex-presidente Lula pediu calma ao partido para não se precipitar na avaliação do cenário pós-eleição e destacou a posição de liderança conquistada por Haddad.

Gleisi começou a entrevista afirmando que “uma palavra e um verbo a ser conjugado nesse momento é resistir” e que “todos nossos esforços serão feitos para construir uma ampla frente de resistência pela democracia”. Segundo ela, o vetor da frente é a democracia, mas o PT não deixará de colocar em pauta a bandeira Lula Livre. Ao ser indagada sobre quem terá protagonismo na oposição, Gleisi disse que os demais partidos de esquerda serão procurados para a formação da frente e que não vê motivos para que o PT seja excluído. “Acho que o protagonismo não pode ser o que nos move, o que nos move é aquilo que concilia com a gente, a resistência”, disse.

Para o PT, é preciso enfrentar “o consórcio do grupo do Bolsonaro com o do Temer” que tentará votar mesmo antes da posse de Bolsonaro temas como a criminalização dos movimentos sociais, rediscussão da autonomia universidades e escolha de reitores, a reforma da Previdência e a cessão onerosa do pré-sal. Participaram da reunião no Diretório Nacional do PT, o próprio Fernando Haddad, a ex-presidente Dilma Rousseff, os coordenadores da campanha Emídio de Souza e Sérgio Gabrielli, além de lideranças do partido.