Maior número de alunos se deu, principalmente, por causa do ProUni O Brasil tinha 3,94 milhões de estudantes no ensino superior em 2003, no início do governo Lula. Dados preliminares do Censo da Educação Superior de 2009 mostram que esse contingente hoje chega perto dos 6 milhões. Desse total, 75% estão nas instituições privadas.
Quando foi criado, em 2005, o Programa Universidade para Todos (ProUni) recebeu críticas porque, em vez de ampliar recursos para as universidades públicas, estimulava o acesso às instituições privadas. Hoje já distribuiu 748 mil bolsas, a maioria integral. O benefício é concedido pelas faculdades em troca de incentivos fiscais. O estudante precisa ter estudado em escola pública e atender a critérios de renda.
– Uma das características dessa gestão foi não cair no dogmatismo e superar clivagens estereotipadas – afirma o ministro da Educação, Fernando Haddad. – Essas coisas não se conflitam. A realidade é um pouco mais complexa e exige estratégias diversificadas. Um país que tem tanto por fazer não pode dispensar uma estratégia em proveito da outra.
Na rede pública, a principal estratégia para melhorar o acesso foi o Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni), lançado em 2007. De acordo com o MEC, houve um acréscimo de quase 60% no número de vagas oferecidas nas universidades federais entre 2003 e 2009. O programa também foi alvo de críticas por parte da academia, que acreditava que a qualidade do ensino ficaria prejudicada com o aumento de alunos nos bancos das universidades. Em 2010, as federais receberam R$ 22 bilhões do programa.
O aumento também se deve, em certa medida, ao avanço da educação a distância. Os dados mais recentes mostram que as matrículas nessa modalidade cresceram 18 vezes entre 2002 e 2008 – a maioria na rede privada.
Mas o crescimento não foi suficiente para o país atingir a meta estabelecida no Plano Nacional de Educação (PNE), aprovado em 2001, que previa a oferta do ensino superior a pelo menos 30% dos jovens de 18 a 24 anos até 2010. Hoje, essa taxa ainda é inferior a 15%.
Com Agência Brasil.
Por Mauro Santayana: [email protected]