-->Documento do Ipea é para
ajudar Lula, um pr esidente
que não veio ao mundo para
confundir o eleitorado-->diência e o alcance do ór gão”.
T udo deixa clar o que é um
pr o g r ama de f arta distribui -
ção de financiamentos e em -
préstimos. A bem da v er dade,
a fundo per dido .
Como , desde o descobri -
mento , a História não passa
por aqui sem decisi v as con -
tribuições do acaso , na opor -NOS ESTER T ORES D A
C AMP ANHA pr esidencial, a
última impr essão f oi que um
comando oculto tinha lançado
a tr opa de r eser v a par a encer-
rá-la, de uma v ez por todas, an-
tes que alguém f osse mortal-
mente ferido , e passar à e xe-
cução do pr ojeto par a “demo-
cr atizar a m ídia no país”. An-
tes não f osse.
A confirmação v eio por in -
termédio de gente que, longe
de salv ar a f ace de uma fe -
der ação fictícia, e videnciou
a mão sorr ateir a de um maes -
tr o disposto a passar da de -
mor ada afinação de instru -
mentos à imposição de silên -
cio à plateia. Er a uma v ez
(mais uma) a r epública fede -
r ati v a. Só f altou mesmo
aquele silêncio que pr ecede
as g r andes catástr ofes.
Multiplicar am-se, da noite
par a o dia, os pr ojetos par a
aceler ar o contr ole dos meios
de com unicação , como se o
go v erno ti v esse, em r elação à
liber dade de impr ensa, algo
a v er além do r espeito de que
é de v edor e da gar antia pela
qual é igualmente r esponsá -
v el. P or alguma das r azões
que a própria r azão conhece
de sobr a, v eio a público a in -
f ormação de que as comis -
sões legislati v as se adiantam
par a suprir o v azio da v erbor -
r agia oficial. O desfile come -
çou por Alagoas, Ceará, Ba -
hia, Piauí, São Pulo , Minas e,
com jo go de cintur a, pelo es -
tado do Rio . O r esto virá por
g r a vidade ou como pr o v oca -
ção , a um sinal do maestr o .
Enquanto , na tr oca de in -
sultos finais, os candidatos a
pr esidente gastar am o tempo
disponív el, o Ipea deu a pú -
blico o documento ela bor ado
longe do rumor das ruas, so -
br e o que se finge entender ,
no go v erno e adjacências, co -
mo necessidade de “demo -
cr atizar a mídia no país”, “in -
dependente do g r ande capi -
tal”. A c omeçar d a r e visão
dos critérios par a concessão
e r e no v ação de licença a
emissor a s de rádio e t ele vi -
são , financiamento de ban -
cos estatais mediante “ou -
tr os critérios que não a au -
tunidade em que o Ipea dei -
tou f alação , o pr esidente Lu -
la c hega v a também ao apo -
geu da campanha na qual
planta a semente do manda -
to que pr etende colher daqui
a quatr o anos.
Desta v ez o de v edor peni -
tente não ag r adeceu aos
meios de com unicação , em -
bor a a legítima cr edor a seja a
liber dade de impr ensa.
Coube ao Ipea ela bor ar o es-
tudo com duvidoso espírito
científico par a instruir , pelo
a v esso , os br asileir os sobr e o
pr oblema e a solução equi v o -
cada, no fim do go v erno Lula e
na hipótese do go v erno Rous-
seff . Resta sa ber qual dos dois
será o pr emiado pela História
com o triste la béu.
O te xto do Ipea é o docu -
mento que f alta v a ao pr oble -
ma que, em democr acias, se
r e solv e pelo r e speito à di v e r -
gência no e xer cício da liber -
dade, seja de quem lida com
ela ou de quem a e x er ce em
confiança política e xpr essa
pelo v oto . O assunto f a z parte
de questões cone xas à mídia
–pala vr a oriunda do latim,
posta em cir c ulação com pr o -
n uncia inglesa e, até hoje,
com o mesmo significado em
português. Se mídia s ó pode
ser meio , por que não diz er
lo go “meios de com unica -
ção” par a ganhar tempo e
poupar e xplicações ób vias
(em v e z de desper diçá-lo em
e x er cícios inúteis)?
O documento , datado de se -
tembr o , cir culou em outubr o
par a ajudar o pr esidente Lu -
la, que não v eio ao m undo , ao
contrário de Chacrinha no
século passado , par a confun -
dir o eleitor ado . T r ata-se, em
português clar o , se bem que
por tortuoso r aciocínio , de
criar um sistema de canais de
distribuição de dinheir o (fi -
nanciamentos e emprésti -
mos) par a r em uner ar elo gios
e pr opagar inf ormações des -
tinadas a confundir mais ain -
da o go v erno com meias v er -
dades e mentir as inteir as,
sob o véu fur ado da economia
de mer cado .-->WILSON FIGUEIREDO-->wilsonfigueir
edo.com