-->AS PRÓXIMAS HORAS,que se-
rão as últimas antes de domin-
go , de v em ser , de acor do com a
lei eleitor al e a r ecomendação
do pr ocesso democrático , de
pr ofundas r efle xões. Não somos
c hamados a escolher entr e deu-
ses ou gigantes, mas entr e pes-
soas com uns. Não há, entr e os
candidatos à Pr esidência, g r an-
des pensador es, altos c hefes mi-
litar es, líder es carismáticos ou
r eligiosos messiânicos. Os três
candidatos não nascer am em f a -
mílias de milionários.
Essa cir -
cunstância poderia ser vista pe -
las elites tr adicionais como pr eo -
cupante, se ti véssemos elites tr a -
dicionais no Br asil. As g r andes
f amílias políticas, que vinham do
Império , dissolv er am-se no pr o -
cesso de m udanças históricas.
Qualquer que vier a pr esidir a
República terá que se submeter à
Constituição , e à sober ania do
po v o . Do confr onto entr e as r a -
zões e pr err o gati v as dos três po -
der es, de v e r esultar o equilíbrio
necessário à esta bilidade jurídi -
ca e política do país.
Estamos naquele momento da
história das nações em que elas,
par a cr escer em sobr e seus êxitos,
são c hamadas a tomar decisões
ousadas. T r ata-se de at
r a v essar a
estr eita f aixa histórica, entr e o
hoje e o amanhã, sob o risco de o
Br asil permanecer estagnado , o
que significa andar par a trás.
Neste momento , que tantas na -
ções já vi v er am, temos que nos
acautelar com os que nos lison -
jeiam, e e xaminar , com a mesma
prudência, as críticas que nos f a -
z em. Os obser v ador es internacio -
nais apontam a pr ecária educa -
ção elementar – base de todo o
ensino futur o – no Br asil de hoje
como nosso calcanhar de aquiles.
Não estamos conseguindo tr ans -
ferir às no v as ger ações o conhe -
cimento que r ece bemos de nos -
sos antepassados. Ainda ontem,
eminente g r amático , o pr ofessor
P asquale Cipr o Neto , most
rava ,
nas questões ela bor adas pela Fu -
v est, par a o v estibular de 2008,
err os cr assos de português. Não
se tr ata de questiúnculas g r ama -
ticais, como as que moti v ar am a
guerr a linguística entr e Ruy e
Ernesto Carneir o Ribeir o , mas de
solecismos tão g r osseir os que te -
riam r epr o v ado um aluno do
quarto ano primário , quando a
educação er a outr a.
Nesse item temos que aceitar
a crítica dos estr angeir os, e con-
centr ar g r ande parte de nossos
esf orços em criar estrutur as e
métodos de ensino básico que
nos salv em desse analf a betismo
funcional que nos acorr enta. A
partir desta constatação , pode -
mos entender como se f ormam
médicos que não leem, ad v o ga -
dos que não sa bem r edigir uma só
fr ase coer ente, engenheir os in -
capaz es de dominar a lógica. Os
outr os g r andes pr oblemas, como
os da saúde e da segur ança, bem
como a e xecução do g r ande pr o -
jeto nacional de desen v olvimen -
to sober ano , dependem de cor a -
josa r ef orma do ensino .
Estamos à beir a de um m undo
inquieto , à deri v a, n a t
r a v essia
do século e do milênio . T odos os
g r andes estados, seduzidos pelo
neoliber alismo , se encontr am
em crise e, em nosso continente,
assistimos aos últimos esterto-
r es da violência contr a a demo-
cr acia. Os g r a víssimos f atos de
ontem, no Equador , são , ao mes-
mo tempo , de pr eocupação e de
esper ança: quase todos os go-
v ernos os condenam, embor a os
americanos, como sempr e, se li-
mitar am a diz er que acompa-
nham os f atos com pr eocupação .
A América Latina, a partir da
OEA, e com o definiti v o pr on un -
ciamento do Br asil, do P eru e do
Chile, fec hou o passo aos bader -
neir os de Quito . A Unasul de v erá
r eunir -se, hoje ainda, em Buenos
Air es, a fim de e xaminar o pr o -
blema. Até o fec hamento desta
coluna, o pr esidente Corr ea per -
manecia sequestr ado pelos po -
liciais em um hospital, e a r e -
belião de dir eita se amplia v a.
T udo isso e mais o r esto de -
v em ocupar a nossa consciên -
cia, nestas hor as de r efle xão ,
antes que o sol de domingo nos
c hame às urnas.-->Estamos num momento
da história em que, para
cr escer mos, temos de
tomar decisões ousadas