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Acidentes nos desfiles expõem cenário de crise e de corte de verba das escola de samba

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As duas noites de desfile na Marquês de Sapucaí deixaram 32 pessoas feridas, em acidentes envolvendo carros alegóricos de pelo menos duas escolas: Unidos da Tijuca e Paraíso da Tuiuti. Uma sequência sem precedentes.

Num momento em que o país atravessa uma crise política e econômica inédita, e o Rio de Janeiro enfrenta um dos piores momentos - se não o pior - de sua história, os acidentes ganham uma trágica lógica, e um simbolismo ainda mais cruel na época do ano que deveria representar alegria e celebração.

A Petrobras, empresa mais atingida pelos escândalos de corrupção e pela crise econômica, era uma das principais fontes de investimento das escolas de samba do Rio. 

A Liga Independente das Escolas de Samba do Rio de Janeiro (Liesa) também viu boa parte dos camarotes da Sapucaí encalharem. Os espaços VIPs - e mais caros - acabaram sendo distribuídos entre as 12 escolas do Grupo Especial para que recebessem convidados.

Os acidentes nos carros alegóricos das escolas dizem respeito diretamente às suas partes estruturais. Num cenário de pouca verba, a precarização lamentavelmente ganha mais espaço. E como sempre, a maior vítima é o povo.