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Preocupação do governo com inflação é correta

 Mas controlar preços das estatais é um sério risco

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O Governo deve se preocupar com a inflação, mas não fazer congelamento de preços, como vem fazendo com os combustíveis, energia elétrica e transporte urbano.

A preocupação da presidente Dilma com a inflação é absolutamente correta e certamente conta com apoio da totalidade dos brasileiros.

 Fazer política econômica por meio do controle de preços produz sérios danos à economia do País. Empresas de capital aberto, como a Petrobras e a Eletrobras, não podem sofrer essa intervenção do Governo, que coloca em risco sua capacidade de investimento e provoca danos aos sócios minoritários. 

No momento em que o governo interfere no mercado e na administração da Petrobras, que já tem uma dívida de quase R$ 200 bilhões, cria um clima de insegurança para os investidores.

 A presidente Dilma pode ter razão ao manifestar resistência à proposta de reajuste automático dos preços dos combustíveis, conforme foi proposto ao Governo pela presidente da Petrobras, Graça Foster, e sua equipe. A criação de um sistema de gatilho para reajustar os preços poderia servir de abertura para outros setores reivindicarem o mesmo direito, criando um grande risco para o controle da inflação. 

Mas não há como negar que os preços dos combustíveis estão defasados, o que significa que a inflação reprimida de hoje irá, fatalmente, se transformar em inflação aberta, amanhã.  

O que está faltando é um compromisso firme do Governo com uma política de austeridade fiscal, capaz de economizar nos gastos de custeio e gerar recursos para os investimentos essenciais nos projetos de infraestrutura.