O mau cheiro por causa do esgoto lançado na Lagoa de Jacarepaguá, que margeia o Parque Olímpico, é intenso principalmente num dos principais acessos ao local que abriga o MPC - Media Press Center, o centro de imprensa do evento. Isso por causa do Arroio Fundo, rio que passa por ali e despeja detritos na lagoa.
O odor aumentou depois que houve ressaca no litoral do Rio no início da semana. Uma grande quantidade de água entrou no sistema lagunar da Barra da Tijuca, e, quando a maré baixou, o escoamento foi maior ainda, o que formou pequenas ilhas de sedimentos fétidos.
Esse rastro de poluição é notado principalmente por jornalistas que se dirigem ao centro internacional de mídia ou aos hóspedes do hotel situado bem ao lado do Parque Olímpico. Para o biólogo Mário Moscatelli, que desenvolve há vários anos um trabalho pela recuperação da vida marinha na região, o mal-estar pode aumentar se houver nova ressaca seguida de ventos fortes.
"É o risco que eu alertei de passarmos vergonha por causa da omissão do Poder Público", declarou Moscatelli. O Rio Arroio Fundo constava de projeto de recuperação ambiental para os Jogos, o que não foi feito. Também não houve o cumprimento de promessas do Estado do Rio para a melhoria do sistema lagunar da Barra, composto por cinco lagoas - Jacarepaguá, Marapendi, Camorim, Tijuca e das Taxas.