O presidente do Comitê Olímpico Brasileiro (COB) e do Comitê Rio 2016, Carlos Arthur Nuzman, vê com naturalidade o fato de atletas militares prestarem continência em um momento de premiação. Para o dirigente, essa manifestação ocorre há tempos, e no seu entender, “eles transmitem o orgulho de serem militares, e é natural". Nuzman salientou que o fato existe, historicamente, em diferentes países, antes mesmo da Segunda Guerra Mundial.
"Nós nos sentimos muito contentes deles poderem prestar continência”, disse Nuzman após participar da cerimônia de entrega oficial das instalações do Centro de Treinamento de Alta Performance do Time Brasil (CTAP Brasil) ao COB, no Forte São João, na Urca, zona sul do Rio de Janeiro. O CTAP Brasil está instalado no Centro de Capacitação Física do Exército (CCFEx) e é a maior base de treinamento e acomodação do COB, fora da Vila dos Atletas, na Barra da Tijuca, zona oeste. Os atletas poderão usar instalações e equipamentos para treinos de alto nível, laboratórios para aperfeiçoamento técnico, sala de fisioterapia e infraestrutura de alojamento e alimentação.
Para Nuzman, a parceria entre as Forças Armadas e o COB já mostrou bons resultados. “Há uma história muito grande de relacionamento do Comitê Olímpico com as Forças Armadas; em especial, com o Centro de Capacitação Física do Exército, a começar comigo. Daqui saí como atleta olímpico. Isso é uma história exemplar não só para o Brasil, mas para o resto do mundo de como essa união traz benefícios enormes à sociedade, ao esporte e aos atletas”, contou.
O presidente do COB espera que os atletas possam continuar usando as instalações daquela unidade do Exército depois do término dos Jogos de 2016. “Do nosso lado, com toda a certeza, é bom lembrar que essa relação, esse convênio é muito antigo. Quando presidi a Confederação Brasileira de Voleibol, daqui saíram atletas da geração de prata e da geração de ouro. Todos eles foram formados aqui nesta casa, o que nos orgulha muito”, revelou.
O chefe do Centro de Capacitação Física do Exército, general Décio dos Santos Brasil, disse que a Força ganha com a entrada de atletas de alto rendimento, porque participam de competições internacionais. “Nós passamos a participar efetivamente nos campeonatos mundiais do Conselho Internacional de Esporte Militar. Nós tínhamos participações, algumas de destaque, em algumas modalidades, e a partir da incorporação dos atletas de alto rendimento passamos, efetivamente, a competir nesses campeonatos. O Brasil é hoje conhecido e reconhecido como uma potência no desporto militar, graças ao Programa de Atleta de Alto Rendimento”, apontou.
Medalhas
Nuzman acrescentou que mesmo tendo, em 2016, a maior delegação brasileira da história dos Jogos Olímpicos, há também o grande desafio de ficar entre os dez países mais bem colocados, mas está confiante. “É a maior delegação do esporte brasileiro. O objetivo é um desafio grande de poder ficar entre os dez primeiros. Isso motiva o atleta a se superar e conquistar os resultados, e nós podemos alcançar este objetivo”, afirmou.
O presidente do COB, no entanto, evitou indicar quantas medalhas podem ser conquistadas pelos atletas militares do Brasil. “É difícil falar em número de medalhas". Mas salientou que sempre há expectativas de medalhas em todas as competições. "Esse é o esporte, e o esporte por isso se torna tão atrativo para o mundo”, disse ele.