A pílula anticoncepcional é o método contraceptivo mais conhecido e usado pelas mulheres. Mas há no mercado nacional várias opções, com diversas vias de administração, que consideram a necessidade específica de cada usuária. Uma delas é o anel anticonceptivo mensal, muito conveniente para a vida agitada de muitas brasileiras.
Com 99% de eficácia, o anel contraceptivo mensal é um pequeno aro flexível de um tipo de silicone chamado EVA (copolímero de etileno vinil acetato) que, quando colocado na vagina, libera continuamente baixas doses de hormônios (estrogênio e progestagênio), por 21 dias, que são absorvidos pela parede vaginal, inibindo a ovulação e evitando a gravidez.
Uma das vantagens do método é que a mulher só precisa se preocupar com a contracepção uma vez ao mês, o que reduz bastante as falhas por esquecimento das usuárias de pílulas, uma das causas mais comuns de gestação não planejada. Para se ter uma ideia, o índice de falha da pílula, que, em média, é de 0,3%, se ela for tomada de acordo com a bula (todos os dias, exatamente no mesmo horário), pode subir para 8%, se a mulher se esquecer ou atrasar a ingestão de algum comprimido, o que acontece com 65% a 80% das mulheres em cada ciclo, de acordo com estudos.
Outras pesquisas mostram ainda que 47% das mulheres se esquecem de tomar uma pílula por ciclo e 22% não tomam duas pílulas ou mais no mesmo período. Somente o médico, por meio de conversas constantes, é capaz de levar ao conhecimento da paciente informações adequadas sobre opções contraceptivas mais práticas e tão seguras e eficazes quanto as pílulas mais modernas.
Além da conveniência de trocar o anel apenas uma vez ao mês, o método tem outras vantagens. Os hormônios do contraceptivo são absorvidos pela parede vaginal e entram diretamente na circulação, evitando a passagem pelo estômago e a metabolização pelo fígado antes de irem para o sangue, causando menos efeitos colaterais e uma menstruação mais controlada. O anel possui ainda uma baixa dose de hormônios (a menor de estrogênio entre os métodos combinados disponíveis no mercado) que promove um excelente controle de ciclo. Vale lembrar que o método não protege contra infecção por HIV ou outras doenças sexualmente transmissíveis.
Funcionamento
A própria mulher introduz e retira o anel da vagina com facilidade. Ele deve ser colocado no primeiro dia da menstruação e mantido por três semanas. Em seguida, deve ser retirado e a mulher tem de permanecer uma semana sem o anticonceptivo, período no qual ocorrerá a menstruação. Após a pausa, um novo anel precisa ser inserido. A inserção e a retirada são fáceis, rápidas e indolores. Em estudos, 97% das mulheres nunca ou raramente tiveram dificuldade de inserir ou remover o anel.
O contraceptivo é introduzido até que a mulher se sinta confortável. A exata posição do anel dentro da vagina não é importante para sua eficácia, pois ele não funciona como um diafragma; basta que ele esteja em contato com a mucosa vaginal, o que acontece com certeza, pois como a musculatura vaginal é elástica, fecha-se e o “envolve”, mantendo-o no lugar correto, adaptando-se perfeitamente à anatomia da mulher; por isso o anel mensal não cai facilmente e não incomoda durante as relações sexuais. Mesmo durante atividades físicas, como nadar, correr e pular, o anel se mantém na posição certa, seguro pela musculatura vaginal.