De volta de Londres após receber a bandeira olímpica na Cerimônia de Encerramento dos Jogos de 2012, o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, teve de enfrentar um pequeno protesto nesta segunda-feira: dez pessoas fizeram ato no Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro contra as desocupações da Vila Autódromo, onde será construído o Parque Olímpico para 2016. Paes defendeu a ação da Prefeitura e culpou o "momento político" pelas manifestações.
"Ninguém vai arrancar ninguém sem dar uma alternativa. A Prefeitura adquiriu um terreno a 500 metros do local e vai construir moradias populares. O Rio tem sempre os encrenqueiros, os caras do contra, por isso a cidade ficou tanto tempo parada. O que nós vamos fazer é esse processo com muita tranquilidade e com respeito aos direitos humanos", apontou Paes, em referência à remoção de moradores.
A Vila Autódromo tem um histórico de ameaças de remoção que também é ligado a grandes eventos esportivos, como os Jogos Pan-Americanos, sediados pelo Rio de Janeiro em 2007. A histórica resistência dos moradores terá de ser vencida pela Prefeitura para dar continuidade aos planos de construção do Parque Olímpico. Segundo Eduardo Paes, todas as medidas legais de indenização estão sendo tomadas.
"Todas as famílias, sendo ricos, de classe média ou pobres, têm recebido da Prefeitura ou do governo do Estado, estão sendo indenizadas. Esse é um momento político, então tem sempre uma turma agitando essas pessoas. Não vai ter qualquer gesto que não seja tomado depois de muito debate. A gente vai continuar conversando e tratando com muito respeito", apontou o prefeito.
Paes reforçou a crítica ao tom oportunista das manifestações ao comparar a construção do Parque Olímpico à da Transcarioca, sistema de transporte público metropolitano. "A Transcarioca desocupou muito mais áreas formais, e não vi ninguém de direitos humanos vir falar alguma coisa. São todos legados para a cidade. A única necessidade, desde que se decidiu pela instalação do Parque Olímpico, é a Vila Olímpica", apontou.