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Réu no mensalão comanda a CCJ

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Deputado João Paulo Cunha se tornou presidente da comissão mais cobiçada da Câmara U m dos réus do esquema do mensalão, o deputado João Paulo Cunha (PT-SP) passou a presidente da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara (CCJ).

Isso só foi possível graças a um acordo da bancada do PT, que prevê o revezamento de Cunha com Ricardo Berzoini (PT-SP) na presidência da CCJ a partir do próximo ano. O escândalo do mensalão veio à tona após reportagem do JB revelar o esquema, em setembro de 2004.

A CCJ é a mais cobiçada do Legislativo. Todas as propostas têm que passar por ela para verificar a constitucionalidade da matéria, o que confere grande poder a quem a preside.

No processo que corre no Supremo Tribunal Federal (STF), João Paulo Cunha responde a acusações de peculato, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha, crimes que ele nega ter cometido.

Em nota, o parlamentar se disse “sereno” em relação ao processo e assegurou ter “convicção” de sua inocência, classificando as denúncias de “infundadas”.

“Nada foi provado contra mim nas investigações a que fui submetido na PF ou no Ministério Público”, frisou o deputado.

O líder do governo, Paulo Teixeira (PT-SP), lembra que Cunha foi absolvido em processo de cassação na Câmara, eleito novamente para o cargo e “poderá fazer um bom trabalho”.

– Em relação ao processo do mensalão, ele poderá se defender – minimiza o governista, que não acredita que a escolha possa gerar mais desgastes à imagem da Casa.

Com relação às críticas sobre o fato de João Paulo Cunha não ser do meio jurídico, Teixeira argumenta que a CCJ tem “assessoria e composição competentes”.

Até que se prove o contrário O líder da minoria, deputado Paulo Abi-Ackel (PSDB-MG), adianta que caso João Paulo Cunha venha a ser condenado “o desgaste será todo do PT” pela indicação. Mas que, apesar de ser oposição, prefere não julgar.

– Não foi comprovada ainda sua culpa. Se for, o desgaste não será da Câmara. Mas temos que ter o respeito por aquele que responde a processo.