D ois cientistas, colegas e amantes, tentam criar um animal híbrido no laboratório da megacorporação para a qual trabalham. O experimento, vai saber, dá certo. A grana para o projeto acaba mas os dois seguem firmes, experimentando. Elsa (Sarah Polley), um tanto irritada com o corte de fundos, decide incorporar DNA humano ao tal híbrido. Nasce uma criaturinha que, à medida que o filme avança, parece um primo dos Naa’vi de Avatar .
A criatura cresce, física e intelectualmente, e Clive (Adrien Brody) decide matá-la, eles estavam indo longe demais com a ideia de criar um ser. Elsa recusa. O ser continua a se desenvolver e o casal passa a tratá-la como uma criança esquisita, porém adorável. Seu nome? Dren (Nerd, ao contrário). Dren tem cauda e asas, três dedos em cada mão, força e velocidade. Não soa promissora a ideia de mantê-la em casa como um animal de estimação (inteli gente e fisicamente bem dotado), então o casal tranca a criatura num quartinho.
Dirigido e coescrito por Vincenzo Natali, Splice – A nova espécie , apesar de cientificamente instigante, peca por deixar a criatura de lado e insistir nos cientistas, na relação deles com os interesses da megacorporação para a qual trabalham, no sentimento materno frustrado da personagem de Sarah Polley. Natali ganhou certo reconhecimento por um extraordinário enigma em forma de filme chamado O cubo , em que um grupo de estranhos era trancafiado num labirinto sinistro como parte de um experimento. O diretor parece afeito à “ficção científica de terror”, o que é, ao mesmo tempo, seu mérito e sua falha.