TCU e Justiça Federal investigam irregularidades em licitações e nomeações M enos de dois anos depois do escândalo dos atos secretos, José Sarney (PMDB-AC) foi eleito novamente para a presidência do Senado. Em seu discurso de posse, terça-feira, ele passou batido na questão e sequer mencionou a grave crise vivida na Casa sob seu comando. Das denúncias da existência de atos “não publicados” – termo adotado pela sindicância interna que apurou o caso – até agora, as punições para os envolvidos ficaram apenas no âmbito administrativo.
O caso está na Justiça e nenhuma decisão foi tomada.
Sindicância interna resultou na suspensão do ex-diretor geral do Senado – hoje deputado distrital – Agaciel Maia (PTC), entre outros ex-diretores envolvidos, e na demissão do ex-diretor de Recursos Humanos, João Carlos Zoghbi, que perdeu o emprego não pelo envolvimento nos atos secretos mas por ter usado uma ex-babá de 83 anos como l a ra n j a de uma empresa que intermediava contratos com a Casa. Ele tenta reaver o cargo no STF, que ainda não tem previsão de julgamento.
Sem culpa Foram 633 os atos secretos descobertos pela sindicância interna do Senado. A maioria deles tratava da nomeação de parentes e apadrinhados políticos de quase 40 parlamentares de diversos partidos. As investigações, no entanto, chegaram à conclusão de que os senadores nada tinham a ver com o problema. A eles caberia apenas assinar o documento, mas não providenciar a publicação dos atos.
Apesar dos arranhões na imagem, o presidente da Casa, José Sarney, que bateu o pé para permanecer no cargo, foi reconduzido à presidência. Prova de que sua força política nos bastidores não foi abalada. A Comissão de Ética chegou a receber representação contra ele, posteriormente arquivada. Na época, após negar conhecimento da existência dos atos secretos, Sarney afirmou que menos de 80 atos teriam sido assinados durante sua gestão.