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Fifa chama invasão de vergonha; Exército pode reforçar Copa

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O exército pode ser usado no entorno dos estádios da Copa do Mundo de 2014 para evitar situações como a que aconteceu no Estádio do Maracanã, que teve sua sala de imprensa invadida por torcedores chilenos nesta quarta-feira.

O diretor de segurança da Fifa, Ralf Mutschke, se mostrou incomodado com o incidente desta quarta-feira. Segundo ele, a entidade máxima precisa garantir a segurança de todos os frequentadores dos estádios - não apenas jogadores, mas também árbitros, torcedores e jornalistas.

"Foi uma vergonha. Temos que proteger os jornalistas e temos que proteger os torcedores. Arrombaram um pequeno portão, correram, quebraram o vidro de uma porta", disse Mutschke, colocando panos quentes na situação. "Tivemos reuniões ontem à noite e esta manhã para ter certeza de que isso não irá se repetir. Vamos avaliar se houve falhas individuais, e, até agora, chegamos à conclusão de que isso não irá acontecer novamente”, afirmou.". 

O discurso do diretor da Fifa ganhou o respaldo das autoridades brasileiras. “As Forças Armadas fazem parte do projeto de segurança e vai ser levado à pauta caso seja necessário”, disse o secretário extraordinário para grandes eventos do Ministério da Justiça, Andrey Passos Rodrigues.

“A segurança é algo importante, e estamos lado a lado (com as autoridades brasileiras). Temos um modelo de segurança que integra segurança pública e privada, e a segurança pública é fundamental. Alguns agentes são fundamentais com a participação do governo, do Ministério da Justiça e do Ministério da Defesa”, reforçou Mutschke.

Segundo Andrey Passos Rodrigues, os torcedores envolvidos em confusão nos estádios serão detidos e identificados. No jogo entre Espanha e Chile, 87 foram detidos. “Já tinha acontecido no jogo da Argentina (contra a Bósnia, no Maracanã) e voltou a acontecer em maior número”, disse Andrey, referindo-se à invasão de torcedores argentinos. 

Durante os próximos dois dias, ainda segundo Andrey, Fifa, Comitê Organizador Local (COL) e o Governo Federal vão estar reunidos para definir que tipo de medidas vão ser tomadas para que as invasões não aconteçam mais.

“Se estão acontecendo problemas operacionais, temos questão de resolver. No Beira-Rio, tivemos problema de energia. Mas para o próximo jogo, já temos condição de dar total segurança. Estamos discutindo procedimentos operacionais e todos já vão notar diferenças no próximo evento”, garantiu o gerente geral de segurança do COL, Hilario Medeiros.

Medeiros negou também que os dois casos de invasão do Maracanã tenham alguma relação. “No jogo da Argentina a invasão foi perto de bilheterias. O caso do chilenos foi diferente, porque tentaram entrar por um local onde não tinha acesso”, disse. De acordo com Andrey Rodrigues, são 200 os policiais de diversos países trabalhando no país auxiliando as forças de segurança no setor de inteligência e ajudando em casos de detenção de estrangeiros.

Falando o tempo todo em integração entre todas as partes, em nenhum foi definido quem é o responsável pelo perímetro de segurança em torno do estádio, onde nos dois primeiros jogos foi possível ver que, desde bem cedo, torcedores sem ingresso, cambistas e ativistas religiosos andam sem serem incomodados por ninguém. “Trabalhamos com análise de risco e reação. Não posso dizer que ações vamos tomar, porque a decisão é em conjunto”, repetiu Hilário.

Ralf Mutschke fez questão de dizer, logo no começo, que a Fifa é parte menor no que se refere à segurança, mas negou que haja conflito entre as partes. Já Hilário Medeiros disse que o posicionamento dos cerca de 1000 homens de segurança privada que trabalham no Maracanã deve ser revisto. “O importante é que não houve prejuízo ao espetáculo”, avaliou.

Tática

Hilário revelou ainda a tática que está sendo utilizada por torcedores para se aproximarem dos estádios. “Eles usam ingressos de outros jogos para passarem o perímetro e até mesmo para tentarem entrar no estádio”, disse. Mas há casos detectados, de acordo com o COL, de gente que entra no estádio usando a credencial de outra pessoa que teria que estar trabalhando. O COL negou ainda que os torcedores chilenos vão ter qualquer tipo de acompanhamento especial durante os próximos jogos.