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Trump lança forte advertência ao Irã em meio a uma guerra verbal

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O presidente Donald Trump advertiu o Irã, no domingo (22), sobre as duras consequências, se ameaçar os Estados Unidos. "NUNCA MAIS VOLTE A AMEAÇAR OS ESTADOS UNIDOS OU SOFRERÃO CONSEQUÊNCIAS QUE MUITOS POUCOS SOFRERAM AO LONGO DA HISTÓRIA", tuitou Trump em mensagem direta ao presidente iraniano, Hassan Rohani.

"NÃO SOMOS MAIS UM PAÍS QUE SUPORTARÁ SUAS PALAVRAS DEMENTES DE VIOLÊNCIA E MORTE. TENHA CUIDADO!", acrescentou Trump, em uma mensagem incomumente escrita toda em letras garrafais.

Este tuíte de Trump foi postado depois de Rohani advertir o presidente americano, também no domingo, a não "brincar com fogo", garantindo que um conflito com o Irã seria "a mãe de todas as guerras".

"Você nos declara guerra e depois nos fala de sua vontade de apoiar o povo iraniano", afirmou Rohani, referindo-se ao presidente americano durante uma reunião de diplomatas iranianos.

>> Iranianos céticos quanto a declarações americanas de apoio

"Você não pode provocar o povo contra sua segurança e seus próprios interesses", frisou, em declaração transmitida pela televisão.

Rohani também alertou que o Irã controla e pode fechar o estreito de Ormuz, um ponto estratégico no Golfo Pérsico por onde circulam 30% do petróleo transportado por via marítima em nível mundial.

A dura troca verbal lembra a escalada retórica entre Trump e o líder norte-coreano, Kim Jong-un, antes do alívio da tensão após o histórico encontro entre ambos.

Trump fez do Irã um de seus alvos favoritos depois da inesperada aproximação com a Coreia do Norte.

O chefe da milícia iraniana Bassidj, general Gholam Hossein Gheypour, reagiu nesta segunda-feira (23) às ameaças do presidente americano.

"As declarações de Trump contra o Irã se enquadram em uma guerra psicológica. Ele não está em posição de agir contra o Irã", afirmou o general, segundo a agência de notícias Isna.

"Os que têm medo da guerra psicológica desse presidente louco saberão que os Estados Unidos se contentarão apenas com nossa aniquilação", afirmou Gheypur.

"Mas o povo iraniano e as Forças Armadas se levantarão contra nossos inimigos", acrescentou.

- Ameaça de mais sanções -

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, também reagiu nesta segunda, elogiando a "posição dura" de Trump.

"Quero homenagear a dura posição manifestada ontem pelo presidente Trump e pelo secretário de Estado Mike Pompeo contra a agressividade do regime do Irã", disse o premiê durante reunião de seu gabinete.

Horas antes dos tuítes de Trump, o secretário de Estado americano, Mike Pompeo, havia advertido os líderes iranianos sobre a possibilidade de aumentar as sanções contra Teerã.

"Não temos medo de enfrentar o regime em seu mais alto nível", disse Pompeo em um discurso na Fundação Reagan, em referência às sanções contra o chefe do poder judicial do Irã, Sadeq Larijani.

"Há mais (sanções) por vir", acrescentou.

"Os líderes do regime, especialmente os que estão na cúpula da CGRI (Guardiães da Revolução) e a Força Quds (forças especiais), como Qasem Soleimani, devem sentir dolorosas consequências por sua má tomada de decisões", disse o chefe da diplomacia americana.

Pompeo também pediu a "todos os governos que ponham fim a seu flerte" com Teerã.

Sob forte aplauso dos presentes, Pompeo afirmou que Washington apoiará os opositores na República Islâmica.

"os Estados Unidos estão ouvindo vocês. Os Estados Unidos apoiam vocês. Os Estados Unidos estão com vocês", insistiu.

"O regime no Irã foi um pesadelo para o povo iraniano", acrescentou.

Para reforçar sua mensagem, anunciou a intensificação de uma campanha de propaganda, com o lançamento de um canal multimídia americano 24 horas dirigido ao Irã.

Em 8 de maio passado, Trump anunciou que os Estados Unidos se retiravam do acordo internacional sobre o programa nuclear iraniano firmado em 2015, assim como o reforço das sanções contra este país.

O Tesouro dos Estados Unidos informou que adotaria sanções contra seis iranianos e três companhias relacionadas com os Guardiães da Revolução, assim como contra o Banco Central iraniano.

O acordo histórico de 2015 submete o Irã a um estrito controle de suas atividades nucleares com o objetivo de impedir que o país desenvolva armas atômicas. Em contrapartida, suspende as sanções internacionais que pesam contra Teerã com a perspectiva de novos investimentos.

Com sua saída do acordo nuclear, Washington busca aumentar a pressão sobre a República Islâmica.