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Trump e Putin elogiam "diálogo produtivo" e falam em cooperação em petróleo

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Após uma reunião em Helsinque, os presidentes dos Estados Unidos, Donald Trump, e da Rússia, Vladimir Putin, elogiaram o "diálogo produtivo" e falaram em reforçar a cooperação bilateral. O líder russo chegou a dizer que essa cooperação poderia ocorrer no setor de petróleo e gás, o que poderia segundo ele ser benéfico também para os consumidores americanos.

"Um diálogo produtivo não á bom apenas para a Rússia, mas para o mundo", comentou Trump. Putin, por sua vez, disse que as negociações de hoje refletem um desejo conjunto de lidar com problemas na relação bilateral, defendendo que se "restaure um nível aceitável de confiança" nela e elogiando o colega por sua opção "pelo diálogo, não pela confrontação".

Trump disse que as divergências entre as duas potências são conhecidas e foram discutidas em profundidade. "A relação com a Rússia nunca esteve tão mal, mas isso mudou nas últimas horas", afirmou, prometendo que haverá outras reuniões entre ambos, no futuro, "com frequência". "Continuaremos com o progresso no diálogo obtido hoje."

Uma divergência entre as partes é como lidar com o Irã. O governo russo é aliado do regime de Teerã e apoia o acordo internacional sobre seu programa nuclear, que exerceu maior controle sobre essa iniciativa, dando como contrapartida a retirada de sanções contra o país persa. Os EUA, porém, retiraram-se do acordo e ameaçam impor sanções contra os iranianos. Segundo Trump, foi discutido o "papel desestabilizador" regional do Irã no Oriente Médio e também suas ambições nucleares. Já Putin argumentou que o programa nuclear iraniano está sob controle, no âmbito do acordo internacional.

Outro ponto de discórdia é o gasoduto que deve levar gás da Rússia para outras nações, passando pela Alemanha. Trump já criticou a iniciativa, com o argumento de que ela deixa os europeus excessivamente dependentes de Moscou. Ele voltou a dizer que não tem certeza de que o gasoduto seja "do melhor interesse para a Alemanha", mas o governo da chanceler Angela Merkel tem dito que manterá o projeto.

Já a crise na Síria foi vista como uma possível área de cooperação entre as partes. Trump comentou que os militares de EUA e Rússia se dão melhor do que as autoridades civis. "A crise na Síria pode ser exemplo de trabalho conjunto entre nós e os EUA", disse Putin, lembrando que isso pode evitar uma crise humanitária e ajudar sírios refugiados a voltar para casa. Ainda segundo os presidentes, há um interesse mútuo em garantir a segurança de Israel. "Criar segurança para Israel é algo que eu e Putin queremos ver", afirmou.

Outro interesse citado por Trump é garantir que se evite a proliferação de armas nucleares. "É necessário trabalhar juntos na agenda do desarmamento", disse, por sua vez, Putin. Sobre a Crimeia, anexada pela Rússia, Putin informou que continua a haver divergência entre as partes, já que os americanos não reconhecem essa ação de Moscou, enquanto os russos argumentam que estão amparados por um plebiscito feito com a população local.

O líder russo ainda negou que seu governo tivesse qualquer material comprometedor sobre uma visita de Trump a Moscou antes dele chegar à presidência, dizendo que o boato não fazia sentido.

Minutos antes do início da entrevista coletiva, um homem foi retirado do local por protestar com uma folha de papel. Não estava claro, porém, o alvo do manifestante nem como havia entrado na área restrita a jornalistas.