Uma pesquisa realizada pelo instituto Censis revelou que 39% dos habitantes da Itália defendem a adoção de critérios menos rígidos para a posse de armas de fogo para defesa pessoal. O número, embora ainda não atinja a maioria da população, representa um notável crescimento em relação a 2015, quando o índice era de 26%.
O apoio a menos restrições é particularmente alto entre as pessoas com menos escolaridade (51% entre aqueles com ensino médio) e entre os cidadãos com mais de 65 anos (41%). Além disso, em 2017 o país contabilizava 1,4 milhão de licenças para porte de arma, considerando todas as tipologias (da caça à defesa pessoal), o que representa um crescimento de 13,8% em relação ao ano anterior. O Censis estima que as casas de quase 4,5 milhões de italianos tenham armas de fogo. "É preciso dar ao cidadão a possibilidade de se defender da agressão", declarou o vice-ministro do Interior da Itália, Nicola Molteni.
Uma das propostas do chefe da pasta, Matteo Salvini, da ultraconservadora Liga, é ampliar as prerrogativas da legítima defesa, inclusive com a eliminação de qualquer referência à "proporcionalidade" da reação. Atualmente, para se ter uma arma na Itália, é preciso passar por avaliações físicas e mentais e mostrar ser capaz de manejar o equipamento. Além disso, os requerentes necessitam comprovar uma razão válida que justifique a posse de arma para defesa pessoal.