A Câmara da Polônia reformou a "lei do Holocausto", que preve até três anos prisão para pessoas que fizerem referência ao país como "cúmplice" ou "coautor" dos crimes do Holocausto. Com a mudança, usar o termo "campos de concentração poloneses" não será mais crime. Contudo, ainda é necessária a aprovação do Senado, o que deverá ocorrer em breve. O Yad Vashem, museu de Jerusalém que recorda as vítimas do genocídio na Segunda Guerra Mundial, comemorou a alteração. "Um avanço positivo, na direção certa", disse.
"Educadores e pesquisadores não podem ser impedidos de orientar seus alunos sobre a complexa verdade das relações entre a Polônia e os judeus, antes, durante e depois do Holocausto", acrescentou o museu.
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, também parabenizou a modificação. "Fico feliz que o governo polonês, o Parlamento, o Senado e o presidente decidiram anular aqueles parágrafos que despertaram um mal-estar com Israel e com a comunidade internacional", disse. A medida, proposta pelo premier polonês, Mateusz Morawiecki, fora aprovada no Senado no começo deste ano e assinada pelo presidente Andrzej Duda, poucos dias depois. Desde que a lei foi anunciada, diversas pessoas se manifestaram contra sua aplicação, principalmente em Israel, onde a maioria da população é judaica, e nos Estados Unidos. O maior "campo da morte" do regime nazista ficava em Auschwitz, na Polônia.