Os sobreviventes do ataque a tiros em uma escola na Flórida, no qual 17 pessoas foram mortas em fevereiro, anunciaram nesta segunda-feira (4) que farão uma viagem pelos Estados Unidos para recrutar eleitores contra a NRA, o poderoso lobby que defende as armas.
Um dia depois de sua formatura, na qual receberam a visita surpresa da estrela de talk-show Jimmy Fallon, os estudantes da escola Marjory Stoneman Douglas, em Parkland, anunciaram a nova fase do movimento pelo controle de armas.
O objetivo será registrar jovens eleitores para se assegurarem de "tornar responsáveis os políticos por meio do voto", disse Cameron Kasky, um dos líderes do movimento.
A viagem de verão, chamada "Road to Change" (Caminho para mudança), começará em 15 de junho em Chicago e terminará antes das eleições de meio de mandato, em novembro.
A viagem contempla 50 paradas em 20 estados, entre eles Iowa, Texas, Califórnia, Carolina do Sul e Connecticut. Os estudantes também farão 25 paradas somente na Flórida, onde visitarão todos os distritos congressuais.
Em cada parada, além do registro, informarão quais candidatos locais apoiam as reformas na venda de armas e quais recebem fundos da NRA.
"Existem muitos políticos por aqui que não querem que os jovens votem. Marginalizam as comunidade para mantê-las longe das urnas porque sabem que votarão contra eles", continuou Kasky.
"Mas a questão é que podemos consertar o sistema político", acrescentou, cercado por uma dúzia de estudantes que estão no centro do movimento, entre eles David Hogg e Emma González. "Não temos que nos render a uma política suja e horrenda. Podemos melhorá-la. E a melhor forma de fazer isso é votando".
No domingo, durante a cerimônia de formatura na MSD, Jimmy Fallon disse aos jovens: "Obrigado por sua coragem e valentia (...) Vocês viveram algo terrível e, ao invés de permitirem que isso os paralisasse, começaram um movimento".
"O mundo inteiro ouviu sua voz. E essa foi sua escolha (...) Vocês escolheram a esperança no lugar do medo".
Há dois meses, os estudantes de Parkland organizaram 800 marchas que reuniram mais de um milhão de pessoas em todo o país para exigir um maior controle na venda de armas.
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