ASSINE
search button

Nicaraguenses vão aos EUA pedir à OEA interferência no governo Ortega

Compartilhar

Opositores do governo do presidente da Nicarágua, Daniel Ortega, viajaram até Washington, sede da Organização dos Estados Americanos (OEA), para pedir o fim à repressão e a condenação do dirigente. A Nicarágua encabeça, ao lado da Venezuela, a lista de preocupações da OEA, que inicou nesta segunda-feira (4) a sua 48ª assembleia geral.

A crise instaurada na Nicarágua em decorrência da violência e da repressão às manifestações contra o governo Ortega provocou discussão na 48ª Assembleia Geral da OEA.

A presidente do Centro Nicaraguense de Direitos Humanos (Cenidh), Vilma Nuñez, denunciou a “escalada da violência e repressão na Nicarágua”, por parte das forças policiais e grupos paramilitares, simpatizantes do presidente Daniel Ortega.

Os protestos começaram em meados de abril, quando o governo anunciou uma reforma da Previdência, já revogada, mas ainda assim se converteram num movimento nacional. Manifestantes saem às ruas pedindo a renúncia de Ortega e da vice-presidente, Rosario Murillo.

Líder da Revolução Sandinista de 1979, Ortega atuou para derrubar a ditadura de Anastásio Somoza e conquistou seu terceiro mandato presidencial consecutivo em 2016. O resultado das eleições foi questionado pela oposição.

Dinastia

Nas ruas, os manifestantes acusam o ex-guerrilheiro esquerdista de querer instalar uma dinastia politica e corrupta, igual àquela que ele combateu. Em meio à crise, Ortega perdeu o apoio de muitos de seus ex-aliados e recorreu à Igreja Católica, para mediar um diálogo pela paz.

Porém, o presidente da Nicarágua não aceitou a sugestão dos bispos de antecipar as eleições presidenciais. Novas manifestações, no final de semana, resultaram na morte de cinco pessoas – entre elas um adolescente de 15 anos, que levou um tiro no peito.

O secretário da Associação Nicaraguense Pró-Direitos Humanos (ANPDH), Álvaro Leiva Sánchez, disse que o jovem e outro morto foram executados pela polícia. A estimativa é que pelo menos 110 pessoas tenham morrido, desde abril, em meio aos protestos, e mais de mil tenham ficado feridas.