O presidente iraniano, Hassan Rohani, disse ao contraparte francês, Emmanuel Macron, nesta quarta-feira (9), que "fará tudo para permanecer no acordo" nuclear, mas pediu que os europeus deem garantias muito rapidamente de que suas empresas vão continuar a trabalhar com o Irã, informou o Palácio do Eliseu.
Em uma conversa por telefone que durou mais de uma hora, os dois presidentes concordaram em implantar sem demora "grupos de trabalho" entre a Europa e o Irã sobre os meios de apresentar nas próximas semanas "as primeiras garantias", mostrando que os europeus poderão "continuar a gerir atividades econômicas no Irã", detalhou a sede do Executivo francês.
Rohani explicou que ele próprio poderia "expor ao povo iraniano essas garantias para convencê-lo de permanecer no acordo", destacando que "no Irã, atualmente há muita pressão para deixar o acordo".
Ele citou especificamente empresas do setor bancário, petroleiros e do gás, bem como os transportes, segundo o Eliseu.
Os ministros de Relações Exteriores dos três países signatários, França, Alemanha e Reino Unido, se reunirão a partir na semana que vem com seu equivalente iraniano nesses grupos de trabalho, acrescentou a Presidência.
Os europeus devem tentar conseguir que Washington deixe de fora suas empresas das sanções que serão restabelecidas contra companhias que comercializem com o Irã.
Paris prevê discussões "duras" com os Estados Unidos. A França pretende argumentar que os americanos podem ficar isolados no cenário internacional e que empresas russas ou chinesas poderiam tirar proveito do mercado iraniano e enfraquecer o escopo das sanções, prejudicando os interesses das companhias europeias e americanas.
O presidente francês alertou Rohani da importância de "que o Irã continue em conformidade com o acordo nas próximas semanas e que não haja nenhum ato que possa ser interpretado como violação do acordo".
A França repetidamente afirmou que Teerã respeitava suas obrigações, ao contrário do que afirma Trump. "Não temos nenhuma informação sobre um programa nuclear clandestino no Irã. Acreditamos na força do acordo nuclear e no controle internacional da Agência Internacional de Energia Atômica", afirmou o Eliseu.
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