Ação mira preparativos para eleições gerais, marcadas para o fim do ano
Homens-bomba do Estado Islâmico atacaram a comissão eleitoral da capital da Líbia nesta quarta-feira, 2, matando ao menos 14 pessoas. O objetivo foi atrapalhar a votação nacional planejada para o final do ano. De acordo com a agência de notícias do Estado Islâmico, a Amaq, dois homens se infiltraram em um prédio da região central de Trípoli, atiraram contra pessoas no local e, quando sua munição acabou, detonaram os explosivos.
O Ministério da Saúde sírio disse que o ataque também incendiou o prédio. O fogo foi registrado em gravações de celular, que também mostram fumaça preta e forças de segurança do Estado em meio a um tiroteio. O Estado Islâmico e outros extremistas islâmicos na Líbia se opõem às eleições democráticas, ao contrário das Nações Unidas e dos apoiadores estrangeiros da Líbia, que pedem o processo eleitoral para este ano ainda, mesmo diante dos problemas de segurança enfrentados localmente.
"É uma clara manifestação de tudo o que está errado com a atual narrativa míope de falsa segurança e 'progresso'", disse Hanan Salah, do Observatório de Direitos Humanos (Human Rights Watch). Ela ressaltou o quão difíceis serão as eleições na Líbia, enquanto o país permanece dominado por diversos grupos armados que recorrem a execuções extrajudiciais, confiscam propriedades e são responsáveis por desaparições forçadas, detenções arbitrárias e tortura.
Embaixadas estrangeiras, observadores internacionais e outras instituições condenaram o ataque e acusaram a ação de tentar minar a estabilidade na Líbia, enquanto o país segue rumo às eleições gerais no final do ano. A missão da ONU no local disse que a violência "não irá impedir os líbios de seguir em frente no processo de estabelecimento de uma unidade nacional, do estado de direito e das instituições".