ASSINE
search button

Policiais vão à residência de Netanyahu por casos de corrupção

Compartilhar

A polícia israelense compareceu nesta sexta-feira à residência do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, onde segundo a imprensa, deve ouvir seu depoimento no âmbito das investigações por casos de corrupção que ameaçam seu governo. Dois veículos da polícia entraram na residência em Jerusalém às 9h (4h de Brasília).

Ao mesmo tempo, a esposa do premier, Sara Netanyahu, era interrogada em Lod, na sede da Lahav 413, a polícia federal israelense, de acordo com a imprensa local. 

Os policiais pretendem ouvir de modo separado Netanyahu e a esposa para averiguar se eles tentaram obter algum benefício de Shaul Elovitch, o principal acionista da Bezeq, o maior grupo israelense de telecomunicações.

Embora o primeiro-ministro, no poder há 12 anos, não tenha sido oficialmente indiciado em nenhum dos pelo menos seis casos que o envolvem direta ou indiretamente, o ambiente vai ficando mais complicado em seu entorno e o acúmulo de reveses cria uma atmosfera cada vez mais pré-eleitoral.

Elovitch é um dos principais suspeitos no caso Bezeq (o "caso 4000"), uma investigação aberta em 2017, mas que explodiu em 18 de fevereiro com a detenção do próprio Elovitch e de outras seis pessoas, incluindo dois colaboradores próximos do primeiro-ministro.

Uma das pessoas detidas na última semana de fevereiro, Shlomo Filber, ex-diretor geral do ministério das Comunicações e conhecido como um dos poucos homens de confiança de Netanyahu, negociou com os investigadores um acordo de cooperação em troca da posição de testemunha protegida, com garantias de não ser enviado para a prisão, segundo informações da imprensa confirmadas pela polícia. 

Filber é suspeito de ter atuado, quando ocupava o cargo no ministério, como intermediário entre os Netanyahu e Elovitch, diretor da Bezeq e do influente porta de notícias Walla.

A polícia quer apurar se os Netanyahu tentaram assegurar uma cobertura favorável do Walla em troca de favores do governo, que poderiam ter significado centenas de milhões de dólares para a Bezeq, afirma a imprensa.

Os policiais estão de posse de elementos comprometedores, como gravações de conversas entre Elovitch e o atual diretor do Walla, ou mensagens enviadas por Sara Netanyahu para a esposa de Elovitch, segundo vários meios de comunicação.

"Fake news (notícias falsas). Nunca aconteceu nada semelhante", afirmou o gabinete do chefe de Governo na quinta-feira nas redes sociais.

Netanyahu, no entanto, enfrenta a perspectiva do depoimento potencialmente devastador de qualquer uma das pessoas detidas no dia 18 de fevereiro.

Os policiais também esperam interrogar Netanyahu sobre outro caso, que envolve suspeitas de corrupção a respeito da venda pela Alemanha a Israel de três submarinos de guerra fabricados pela gigante industrial ThyssenKrupp.

Em outros dois casos que envolveriam o primeiro-ministro há a suspeita de que Netanyahu e membros de sua família receberam presentes de luxo avaliados em um milhão de shekels (US$ 285.000) de personalidades em troca de  favores financeiros ou pessoais.

Netanyahu alega sua inocência em todos os casos e denuncia uma "caça às bruxas" da imprensa e da oposição, ao mesmo tempo que afirma estar determinado a permanecer no poder.