Especialistas asseguram que os oceanos perderam 2% do seu oxigênio neles existente, um elemento fundamental para a sobrevivência da vida marinha e do ciclo biogeoquímico natural.
As zonas dos oceanos completamente desprovidas de oxigênio quase quadruplicaram nos últimos 50 anos, revela um novo estudo publicado na quinta-feira (4) na revista Science.
Segundo a investigação realizada pelo Global Ocean Oxygen Network (GO2NE, sigla em inglês), um grupo de trabalho da ONU, os oceanos perderam cerca de 2% do seu oxigênio dissolvido — o elemento fundamental para a sobrevivência da vida marinha e do ciclo biogeoquímico natural entre os seres vivos e o ambiente.
De acordo com os cientistas, as causas de esgotamento do oxigênio são a contaminação, as mudanças climáticas e a atividade humana, sendo que esta última é o principal responsável.
Ao mesmo tempo, a autora principal do estudo, Denise Breitburg, sublinha que a desoxigenação dos oceanos é um dos "efeitos mais graves" da atividade humana sobre o meio-ambiente.
'Zonas mortas'
O aquecimento da superfície dos oceanos torna mais difícil a penetração do oxigênio nas suas profundidades, enquanto o aquecimento geral dificulta a manutenção do oxigênio no interior.
Este fenômeno também fez aumentar quase dez vezes o número de "zonas mortas" — áreas oceânicas incapazes de suportar qualquer vida marinha — principalmente nas regiões do litoral. Já hoje há vários informes sobre o surgimento de áreas sem quaisquer traços de vida, que atingem 160 quilômetros de comprimento.
Soluções locais
A contaminação do oceano por águas residuais e o vazamento de fertilizantes, que estimula o crescimento de algas, é considerada uma das razões de esgotamento do oxigênio nas zonas ao redor do litoral.
Não obstante, ao contrário da maioria dos desastres ligados com as mudanças climáticas, o problema da redução do volume de oxigênio pode ser resolvido através de medidas locais, tais como o melhoramento dos sistemas de esgoto.
>> Sputnik