Milhares de pessoas foram às ruas em Madri e em Barcelona neste sábado (7) para pedir que a Espanha siga unida e que haja diálogo entre o governo do país e o da região da Catalunha, que promete declarar independência depois do referendo do último domingo (1).
Na praça Colón, em Madri, uma multidão com bandeiras espanholas bradou lemas como "Catalunha é Espanha. Não nos enganam" e "Com golpistas não se dialoga".
O protesto foi convocado pela Fundação Denaes. Segundo o porta-voz da entidade, Iván Espinosa, o ato "não é um patriotismo anti-catalão. Ele surge em reação à um movimento excludente".
Por sua vez, em frente à prefeitura de Madri, vestidos de branco e sem bandeiras do país ou da região, os manifestantes utilizaram o lema "Podemos conversar?" para direcionar a mensagem aos líderes dos dois governos.
O ato foi convocado pelo recém-criado movimento cívico Hablemos/Parlem, que defende o diálogo entre espanhóis e catalãos. As manifestações pressionam o líder da Catalunha, Carles Puigdemont, para que ele abandone seu projeto de declarar independência de modo unilateral.
Nesta sexta (6), O governo do primeiro-ministro espanhol Mariano Rajoy afirmou que deseja eleições regionais na Catalunha para pôr fim na crise entre o território catalão e Madri.
Em pronunciamento, o delegado do governo central na Catalunha, Enric Millo, também pediu "desculpas" por deixar diversos feridos durante a operação policial no dia do referendo separatista. Por sua vez, um dia antes, o Tribunal Constitucional da Espanha suspendeu, por medida cautelar, a sessão do Parlamento da Catalunha agendada para segunda-feira (9), na qual era esperado que o governo catalão declarasse a independência do território.
A tensão entre o governo espanhol e a Catalunha também causou mal estar junto as empresas. O conselho de administração do CaixaBank, principal banco na Catalunha e um dos mais importantes da Espanha, decidiu, em uma sessão extraordinária, transferir sua sede social para fora da Catalunha, na cidade de Valência.
Este foi o segundo banco a mudar sua sede.Na última quinta (6), o Banco Sabadell, quinto maior da Espanha, anunciou a retirada de sua sede da região. Com esta decisão, a entidade busca "proteger os interesses dos clientes, acionistas e funcionários, garantindo a permanência da entidade na zona do euro sob a supervisão do Banco Central Europeu (BCE)" diante de uma eventual secessão.
Para este domingo (8), ainda é esperado uma grande marcha pela unidade da Espanha em Barcelona.