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Explosão em show de Ariana Grande leva pânico a Manchester, no Reino Unido

Estado Islâmico assumiu autoria do ataque que deixou mais de 20 mortos

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Pelo menos duas "explosões" foram ouvidas na noite desta segunda-feira (22) na Manchester Arena, em Manchester, no Centro do Reino Unido, durante um show da cantora pop norte-americana Ariana Grande. O grupo extremista Estado Islâmico assumiu a autoria do ataque, que deixou 22 mortos e 59 feridos, informou a especialista norte-americana em contraterrorismo Rita Katz.

O EI disse que um jihadista implantou bombas na Manchester Arena, em vingança aos ataques a terras muçulmanas. As autoridades britânicas afirmam que o autor do ataque é um suicida que morreu na explosão.

A primeira vítima identificada é a estudante de 18 anos Georgina Callander. Ela fazia um curso de Saúde e Assistência Social na Universidade Runshaw College, em Lancashire. Outra vítima é uma criança de oito anos, que foi ao show com a mãe.

Ao menos 12 crianças e adolescentes estão internados em estado grave. De acordo com fonte consultadas pela emissora BBC, todos têm menos de 16 anos. Dezenas de crianças ainda estão desaparecidas. Pais e familiares usam as redes sociais para localizá-las.

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Com 23 anos, Ariana Grande é uma das cantoras de maior sucesso entre o público juvenil da atualidade e já foi indicada quatro vezes para o prêmio Grammy. Em 2016, foi eleita pela revista Time como uma das 100 pessoas mais influentes do mundo. A assessoria de Ariana informou que ela está bem. A cantora publicou em sua página em rede social: "Estou despedaçada. Do fundo do meu coração, eu sinto muito. Eu não tenho palavras".

O público era formado majoritariamente por adolescentes e jovens. "Todos estavam gritando e correndo, havia casacos e celulares pelo chão. As pessoas estavam largando tudo", contou o jovem Robert Tempkin, 22 anos, de Middlesbrough, à BBC

"Eu e minha irmã, assim como muitos outros, estávamos vendo o show de Ariana Grande na Manchester Arena e estávamos todos saindo do local quando, por volta de 22h40 [horário local], um grande barulho parecido com explosão assustou todo mundo", disse a testemunha Majid Khan ao jornal The Independent.

A bomba utilizada no ataque Grande era de fabricação caseira, informou a polícia britânica. O explosivo foi detonado próximo à bilheteria da Manchester Arena, fora do local de espetáculos com capacidade para 21 mil pessoas e que estava lotado para o concerto. Um homem de 23 anos foi preso pela polícia britânica sob suspeita de relação com o atentado.

"Uma nação inteira está chocada", diz a rainha Elizabeth II

A rainha Elizabeth II disse que todo o Reino Unido está "chocado". "Uma nação inteira está chocada com a morte de tantas pessoas, adultos e crianças, ontem à noite em Manchester", disse a monarca, definindo o episódio como um "evento terrível". A soberana elogiou o "espírito com o qual o povo de Manchester reagiu diante deste ato bárbaro", com "humanismo e compaixão".

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em viagem por Israel, telefonou para May nesta terça-feira (23). Ele definiu o ato terrorista como "particularmente insensato e depravado" por ter atingido crianças e adolescentes e ofereceu ajuda para as investigações. De acordo com a Casa Branca, Trump ressaltou à premier que "os norte-americanos estão com os cidadãos do Reino Unido" e que a determinação do país "não será menor perante ao terrorismo". 

O líder da Rússia, Vladimir Putin, expressou condolências ao povo britânico e confirmou que está pronto para "reforçar" a cooperação entre os dois governos na luta contra o terrorismo, informou a agência de notícias russa Tass. "Condenamos com força este crime cínico e desumano. Esperamos que os seus idealizadores não fiquem impunes", escreveu Putin em telegrama à premier May.    

A chanceler alemã Angela Merkel manifestou solidariedade aos cidadãos britânicos. "A Alemanha está ao lado de vocês. Esse suposto atentado terrorista apenas nos fará reforçar nossa determinação de andar adiante com os nossos amigos britânicos contra aqueles que planificam e realizam atos de desprezo contra seres humanos." 

O recém-eleito presidente da França, Emmanuel Macron, também enviou uma mensagem aos britânicos demonstrando "consternação". Em nota, Macron afirmou que "está ao lado" do povo britânico "neste momento de luto com um pensamento particular pelas vítimas e suas famílias". O chefe do Estado francês garantiu ainda que "junto ao governo e as forças britânicas prosseguirá na luta contra o terrorismo". 

O primeiro-ministro da Itália, Paolo Gentiloni, afirmou que a ação "que atingiu Manchester é um ataque a toda a Europa". "Quero exprimir nossa proximidade e nossa solidariedade ao povo britânico", acrescentou o líder do governo da Itália.    

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Em um telegrama enviado à igreja de Manchester, o papa Francisco disse que ficou "profundamente triste ao saber (...) sobre a trágica perda de vidas humanas causadas por um bárbaro ataque".

A Uefa emitiu um comunicado nesta terça-feira (23), em que se diz "chocada" com o atentado, mas informa que manterá a partida final da Liga Europa entre Manchester United e Ajax, programada para esta quarta-feira (24), em Estocolmo, na Suécia. Por conta do esquema de segurança reforçado, a Uefa fez um apelo para que os torcedores das duas equipes "cheguem o mais cedo possível" ao estádio.

"A Uefa está chocada com o ataque da noite de ontem em Manchester. Nossos pensamentos estão com as vítimas e as famílias que foram afetadas. Não há nenhuma informação específica no momento que sugira que a final da Liga Europa, entre Manchester United e Ajax, amanhã em Estocolmo, seja objetivo de ataques", escreveu a entidade que comanda o futebol europeu.

Os dois maiores clubes de Manchester, o United e o City, lamentaram o ataque. O Manchester City disse em nota oficial que "os pensamentos e orações" de todos do clube "estão com as pessoas de Manchester e todos aqueles afetados por a série de horríveis eventos da última noite", e colocou as equipes de emergência do estádio à disposição para serem usadas como "centro de apoio na sequência dos trágicos eventos".

O United emitiu um comunicado em que lamenta o atentado ressaltando que havia crianças "das escolas parceiras do nosso Manchester United Foundation no local". "A equipe do clube está pronta para ajudar a polícia e outros serviços de emergência de todas as maneiras que forem necessárias durante esse tempo desafiador para a nossa cidade", escreveu o time. 

* Da agência Ansa Brasil