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Retirada de decreto que flexibiliza corrupção não acalma protestos na Romênia

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O governo social democrata da Romênia fará reunião extraordinária hoje (5) para anular o decreto-lei que descriminaliza certos crimes de corrupção. A aprovação do documentpo gerou a maior onda de protestos no país balcânico desde a queda do comunismo, em 1989.

Mas, apesar do anúncio da revogação, foi convocada nova manifestação na noite de ontem (4), prevista para se tornar a mais importante na história democrática do país, com mais de 330 mil pessoas, que saíram às ruas em meio a gritos de "ladrões" e "traidores". Dezenas de estudantes de Cluj-Napoca, a segunda maior cidade da Romênia, chegaram hoje a Bucareste para se juntar aos protestos.

"Vamos realizar uma sessão extraordinária de governo para revogar o decreto", antecipou ontem o primeiro-ministro, Sorin Grindeanu, em comunicado à imprensa. O chefe do Executivo disse ainda que não queria que a sociedade romena se dividisse e acrescentou que vai negociar com a oposição um novo projeto de lei que tenha o máximo de apoio possível.

Na última terça-feira (31), o governo aprovou com urgência um decreto-lei que descriminaliza casos de corrupção se eles causam perdas menores que 44 mil euros para os cofres públicos. Essa alteração penal seria acompanhada por um indulto a 2,7 mil presos por delitos menores, entre eles corrupção. O governo argumenta que há a necessidade de esvaziar as lotadas prisões romenas.

A oposição, o presidente Klaus Iohannis, o Judiciário, o Gabinete Anticorrupção, a Comissão Europeia e países como a Alemanha e a França criticaram duramente o decreto promovido pelo Partido Social Democrata, que ganhou com folga as eleições em dezembro do ano passado com 45% dos votos.