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Extrema-direita da UE se reúne e tenta pegar carona em Trump

Encontro juntou líderes ultranacionalistas em Koblenz, Alemanha

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Um dia depois da posse do republicano Donald Trump como presidente dos Estados Unidos, a cidade de Koblenz, no oeste da Alemanha, recebeu neste sábado (21) uma cúpula dos principais líderes de extrema-direita na Europa, que tentam pegar carona no sucesso do magnata para as eleições que o continente terá em 2017.

Participaram do encontro o italiano Matteo Salvini (Liga Norte), a francesa Marine Le Pen (Frente Nacional), o holandês Geert Wilders (Partido para a Liberdade) e a alemã Frauke Petry (Alternativa para a Alemanha). Com exceção da Itália, esses países realizarão eleições ao longo do ano - e na península há uma crescente pressão para o presidente Sergio Mattarella convocar um pleito antecipado.

"Vivemos o fim de um mundo e o início de outro. 2017 será o ano do despertar dos povos da Europa Central. O tempo no qual os partidos nacionalistas eram grupos marginais acabou", garantiu Le Pen, que lidera as pesquisas para o primeiro turno das eleições presidenciais na França, embora não ganhe de nenhum adversário no segundo. As votações estão marcadas para 23 de abril e 7 de maio.

Já Salvini, que cobra a dissolução imediata do Parlamento por causa da queda do primeiro-ministro Matteo Renzi, substituído pelo aliado Paolo Gentiloni, concentrou seu discurso na crise migratória que atinge o continente e defendeu que a prioridade em seu país seja dada aos italianos.

"Neste momento, há milhares de pessoas sem casa, sem luz e sem comida na Itália e milhares de imigrantes em hotéis. Não é solidariedade, é loucura", declarou o líder do partido ultranacionalista Liga Norte. Além disso, afirmou que a Europa nunca será "islâmica" e que a extrema-direita "vencerá os muitos desafios dos próximos meses".

"Já estudamos alguns métodos para desmantelar o euro e pensamos que é do interesse de todos trabalhar por uma solução ordenada", acrescentou. Por sua vez, o holandês Wilders, cujo partido aparece na liderança das pesquisas para as eleições gerais de 15 de março, fez críticas à chanceler da Alemanha, Angela Merkel, alvo preferido da extrema-direita na União Europeia.

"A Europa precisa de Frauke, não de Angela. Os políticos do establishment encorajam a islamização, e a consequência é que as mulheres sentem medo de mostrar seus cabelos loiros", disse. A Alemanha irá às urnas em 24 de setembro, e o partido da líder nacionalista está em terceiro nas sondagens.