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'Clarín': Ban Ki-Moon em Buenos Aires sugere apoio à argentina na ONU

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Matéria publicada nesta terça-feira (9) pelo jornal argentino Clarín conta que em um seminário realizado pelo CARI (Conselho argentino para as Relações Internacionais), no hotel Alvear, no bairro da Recoleta, ele sugeriu apoio à candidatura de Susana Malcorra, ministra das Relações Exteriores do governo Macri, na interpretação de dois diplomatas argentinos. Malcorra trabalhou nas Nações Unidas antes de ser escolhida por Macri para ocupar o ministério. Na sua fala para diplomatas, empresários e economistas, no Alvear, Ban Ki-Moon elogiou a “coragem e eficiência de Susana Malcorra”. Mas ressalvou que estas são suas opiniões pessoais e que não tem direito a voto na escolha de seu sucessor. A votação final está prevista para o final de setembro ou início de outubro. Na primeira votação, Malcorra ficou em oitavo lugar e na segunda votação em terceiro lugar, segundo fontes da diplomacia.

“Vocês sabem que a digna chanceler Susana Malcorra é uma das candidatas (a sucedê-lo). A pessoa que se desempenhe como Secretário Geral das Naçoes Unidas deve ser uma pessoa de plena integridade, que respeite os objetivos e valores da Humanidade (...). É fácil dizer mas é difícil cumprir com tudo isso”, disse, durante seminário no CARI.

A reportagem afirma que ele disse que o eleito deverá contar com apoio dos 193 países da instituição, sediada em Nova York. E a decisão será tomada por consenso com papel decisivo, indicou, dos membros do Conselho de Segurança.

“Admiro a coragem e a visão de Susana Malcorra que se ofereceu para servir a esta grande organização nas áreas da humanidade e estou consciente de que está recebendo um bom apoio, mas são os estados-membros que decidem e o que posso fazer é desejar-lhe boa sorte e o melhor, obviamente”, disse.

O Clarín fala que a declaração, mesmo sendo extremamente cautelosa, foi vista, ainda assim pela diplomacia argentina, como respaldo à candidatura de Malcorra. Por que? “O fato de ele ter vindo aqui neste momento já indica apoio a ela”, disse um diplomata argentino, no Alvear, sob a condição do anonimato. Entre diplomatas argentinos entendem também que Malcorra conta com o apoio do Brasil - o que José Serra, ministro do governo interino de Michel Temer, indicou durante recente visita à capital argentina. 

"Argentina e Brasil sempre conversam antes de candidaturas assim. O apoio de um ao outro é fundamental e certamente está acertado", disse um embaixador argentino. 

?Esta é a terceira vez que a Argentina tenta ocupar o posto. E a terceira vez que Ban Ki-Moon visita o país em quase dez anos à frente da ONU, comenta o texto do Clarín.

O Clarín finaliza relatando que no seu segundo compromisso oficial do dia em Buenos Aires, ele esteve com o presidente Mauricio Macri, na Casa Rosada, a sede da Presidência. No discurso, Ban Ki-Moon lembrou, por exemplo, do apoio da Argentina nas negociações de paz na Colômbia. Malcorra estava na primeira fila ao lado da primeira-dama Juliana Awada – cada vez mais presente nos atos públicos do marido. Quando Ban Ki-Moon elogiou a Argentina, Awada deu um leve cutucão na chanceler e sorriu. Malcorra tem o apoio declarado de Macri. Desde que Macri assumiu a Presidência ela realizou várias viagens internacionais. As viagens, que incluíram China, Alemanha e outros, são interpretadas por setores do Palácio San Martin (equivalente ao Itamaraty brasileiro) como uma forma de “reinserir” a Argentina no mundo – após “isolamento”, afirmam, durante os doze anos de Kircherismo (2003-2015). Mas igualmente, entendem, de promover a candidatura de Malcorra ao posto que hoje Ban Ki-Moon ocupa.