Matéria publicada nesta segunda-feira (11) no Clarín, conta que o presidente argentino pediu sacrifício aos argentinos nesta primeira etapa do seu governo. Mas o aumento das tarifas dos serviços públicos – a de gás foi rejeitada pela Justiça – é um desafio não só econômico, mas político e social. O fim de semana foi marcado pelas comemorações dos duzentos anos da independência argentina da Espanha. E pela preocupação crescente com o aumento das tarifas dos serviços públicos, aplicadas pelo governo do presidente Mauricio Macri.
A reportagem do jornal argentino diz que na sexta-feira (8), um juiz determinou a suspensão do ajuste do gás – que chegou a mais de 1000% - e caberá a Suprema Corte decidir sobre a medida. Outros ajustes já são questionados, como de luz e de água. Protestos tímidos, até o momento, ocorreram nos últimos dias em diferentes pontos do país contra os aumentos. No sábado (9), data do bicentenário da independência, Macri disse que recebeu um país quebrado, responsabilizou, novamente, a gestão anterior (Kirchnerismo 2003-2015) pela situação econômica e sugeriu que não pretende rever os ajustes atuais. O mesmo fez seu ministro de Energia, o questionado Juan José Aranguren, ex-CEO da Shell, e criticado dentro e fora do governo. Ele manteria ações da empresa e a notícia gerou debate sobre conflito de interesses.
O Clarín fala que Aranguren indicou que não pretende mudar os ajustes aplicados – e voltaram os rumores de que ele poderia não continuar no cargo. O principal argumento para o ajustes é o déficit fiscal deixado por Cristina Kirchner – mas que até agora, segundo especialistas, não diminuiu. A decisão sobre o aumento do gás, até o momento, cabe a Justiça. Mas esse é um assunto político e social. O governo tinha prometido que os ajustes - os primeiros superaram mil por cento – seriam revistos e a eles seria aplicado um teto. Mas muitas contas continuaram chegando com os aumentos de até mil e quinhentos por cento.
O texto do Clarín afirma que este certamente será um dos principais assuntos da semana na Argentina. Macri tem reiterado que a inflação começou a cair, que os investimentos estão chegando e que a Argentina entrou no radar dos investidores estrangeiros. Mas a inflação provocou queda no consumo e na tentativa de reverter a caída nas vendas, o comércio oferece liquidações antecipadas e outros estão revendo seus preços.
“Com Macri, o clima mudou completamente. Já não há medo de falar o que se pensa, já não há preocupação com as perseguições dos grupos de Cristina (Kirchner), mas ele precisa resolver a inflação”, disse um empresário do setor de eletrodomésticos.
Na semana passada, Macri participou da reunião dos ultramilionários em Sun Valley, um centro turístico do condado de Blaine, no estado de Idaho, nos Estados Unidos. Ele chegou ao local com sua esposa, Juliana Awada, após reuniões com lideranças europeias em Paris, Bruxelas e Berlim. Macri deixa claro que quer a reinserção da Argentina no mundo. Nestes sete meses de governo recebeu aqui em Buenos Aires Barak Obama, dos Estados Unidos, François Hollande, e o primeiro ministro da Itália, Matteo Renzi. Em agosto, será a vez de Ban Ki-Moon, da ONU, segundo informou o ministério das Relações Exteriores, na sexta-feira (8), finaliza a publicação argentina.