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'WSJ': Grupo de economistas defende que Reino Unido crescerá fora de União Europeia

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The Wall Street Journal publicou nesta sexta-feira (29) uma matéria onde conta que um grupo de notáveis economistas britânicos rebateu as alegações de que o Reino Unido ficaria mais pobre se deixasse a União Europeia, em um anúncio feito na sequencia de uma série de previsões sombrias para a economia britânica se os eleitores optarem por deixar o bloco em um plebiscito em junho.

Segundo a reportagem do WSJ, um relatório publicado nesta quinta-feira (28) pelos oito “economistas a favor da Brexit”, em referência à expressão que está sendo usada para designar uma saída britânica da UE, o grupo afirmou que a economia do Reino Unido estaria melhor fora do bloco e poderia crescer até 2% até 2020 se ela deixasse o bloco e até 4% após 10 a 15 anos.

O grupo de acadêmicos e economistas do setor financeiro, alguns dos quais serviram anteriormente como assessores do governo, compararam a UE a um “jardim murado” que impõe tarifas punitivas e barreiras regulatórias sobre bens e serviços produzidos fora de seus 28 Estados membros. Abandonar o bloco permitiria ao Reino Unido fazer transações comerciais com o resto do mundo sob as regras estabelecidas pela Organização Mundial do Comércio, possibilitando que os britânicos reduzam barreiras comerciais unilateralmente, argumentaram.

Essa estratégia de livre-mercado não é defendida por todos os que são favoráveis à saída britânica da UE, muitos dos quais dizem que o Reino Unido deve, na verdade, tentar manter o acesso ao mercado único europeu após uma potencial saída.

A economia se tornou o principal campo de batalha em um debate sobre o futuro da Grã-Bretanha na UE, antes do plebiscito marcado para 23 de junho, em que os cidadãos britânicos decidirão se continuarão no bloco.

O primeiro-ministro David Cameron, que está liderando uma campanha para a Grã-Bretanha permanecer na UE, vem usando a segurança econômica como ponto central de sua argumentação, dizendo que seria melhor para os britânicos ficar por causa do acesso ao maior bloco comercial do mundo que a permanência oferece.

Cameron estava em plena campanha ontem, ao lado do ex-líder sindical Brendan Barber, reunindo-se com trabalhadores de uma linha de montagem de veículos para dizer que uma saída da UE poderia ameaçar empregos e salários.

Os economistas da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico e o Fundo Monetário Internacional têm apoiado a visão de que sair do bloco prejudicaria a economia do Reino Unido. A OCDE, sediada em Paris, informou na quarta-feira (27) que uma saída britânica da UE seria semelhante a um imposto permanente sobre a renda do país.

Os defensores da saída dizem que deixar o bloco libertaria a Grã-Bretanha de uma regulação severa e custos pesados e a tornaria mais livre para lidar com regiões de crescimento mais rápido do mundo.

Patrick Minford, professor de economia aplicada na Universidade de Cardiff, no País de Gales, e um dos autores do relatório de ontem, disse que os preços de produtos como alimentos provavelmente cairiam se a Grã-Bretanha estivesse fora da UE porque o Reino Unido não estaria sujeito às tarifas da UE sobre mercadorias importadas.

“Os consumidores pagam preços mais elevados dentro da união”, disse Minford em uma entrevista coletiva.

Roger Bootle, fundador da consultoria de economia Capital Economics e outro autor do relatório, acrescentou que aqueles que argumentam a favor de permanecer na UE exageram os benefícios da adesão, especialmente dado o fraco desempenho econômico do bloco nos últimos anos em relação a outras economias avançadas.

“A UE toma algumas decisões econômicas muito ruins”, disse ele.

Ativistas que defendem a permanência na UE criticaram as descobertas dos economistas, dizendo que elas contradizem a opinião da maioria dos acadêmicos e instituições.

“Nós não estamos falando apenas de uma análise do Tesouro — estamos falando de pontos de vista e avaliações de algumas das principais organizações econômicas internacionais como a OCDE e o FMI”, disse a porta-voz de Cameron.

Os esforços do primeiro-ministro para concentrar o debate na segurança econômica foram reforçados por uma visita ao Reino Unido, na semana passada, do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, que alertou que as perspectivas da Grã-Bretanha de forjar um acordo comercial com os EUA sofreriam se ela deixasse o bloco europeu.

Em meio a um foco maior na economia ao longo das duas últimas semanas, o público britânico parece ter se tornado um pouco mais convencido de que seria pior para o Reino Unido sair da UE, sugerem as pesquisas de opinião pública.

Das 1.650 pessoas ouvidas em uma pesquisa nesta semana, 35% disseram achar que a economia ficaria pior se a Grã-Bretanha saísse da UE, contra 31% no começo de abril, de acordo com a firma de pesquisa YouGov PLC. Cerca de 22% disseram que achavam que a economia ficaria melhor e 27% disseram acreditar que não faria muita diferença. Os demais disseram não saber.