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Grécia pede sanção a quem não ajudar em crise de refugiados

Governo de Alexis Tsipras aumentou o tom dentro da UE

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Diante da resistência da Áustria e de países como Hungria e República Tcheca em participar de uma redistribuição de refugiados, o primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, pediu nesta quinta-feira (3) que a União Europeia aplique sanções contra os tomam "medidas unilaterais" e prejudicam a gestão de imigrantes.    

O pedido foi feito em uma declaração à imprensa após uma reunião com o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, mas Tsipras evitou citar declaradamente os países que têm resistido às propostas de responsabilidade compartilhada na crise. "A nossa cultura é baseada em dar proteção, e não em agir com violência contra os imigrantes. Mas, cada vez mais, parece que a cultura de outros membros da UE é diferente", disse o premier grego. Tsipras também garantiu que a Grécia "fará todo o possível para não deixar ninguém sem ajuda". 

"Esperamos que a UE reconheça explicitamente que a Grécia foi deixada sozinha, carregando todo esse peso. E a Grécia é membro da UE, que tem como seu princípio fundamental, expressamente citado no Tratado de Lisboa, o da solidariedade entre os Estados-membros. Isso significa uma distribuição igualitária de responsabilidades", criticou o líder grego. Além disso, Tsipras voltou a dizer que "não permitirá que a Grécia ou outro país seja transformado em um depósito de almas".    

Na próxima segunda-feira, haverá uma reunião extraordinária do Conselho sobre a crise de refugiados que atinge a Europa desde meados de 2015 e é considerada o maior fluxo de deslocamento forçado desde o fim da Segunda Guerra Mundial (1939-1945).    

Ontem, a União Europeia anunciou que pretende liberar o montante de 300 milhões de euros em 2016, em investimentos para a Grécia e outros países afetados pela chegada de imigrantes do norte da África e do Oriente Médio, como Síria e Iraque. A verba será aplicada na construção de centros de acolhimento para até 100 mil pessoas em solo grego e é a principal resposta da UE para o fechamento de fronteiras entre a Grécia e a Macedônia.    

Com território insular, a Grécia é uma das principais portas de entrada de refugiados na Europa, assim com a Itália. No início da semana, Tsipras protestou contra a iniciativa de países como a Áustria, Hungria, Eslovênia e Macedônia de fechar as fronteiras e barrar a entrada de imigrantes. Isso deixaria centenas de refugiados em solo grego. O premier também havia pedido 500 milhões de euros de ajuda à UE.