O papa Francisco recebeu nesta segunda-feira (29) a fundadora do movimento francês "Manif pour Tous" ("Manifestação para Todos"), Frigide Barjot, que no ano passado promoveu grandes protestos contra o casamento entre pessoas do mesmo sexo e em defesa da "família tradicional".
Segundo a agência católica "I.Media", a ativista havia enviado há tempos uma carta pedindo um encontro com o Pontífice, mas foi convidada apenas agora, justamente no momento em que a Itália discute um projeto para aprovar a união civil entre homossexuais.
O projeto inicial equiparava esse tipo de formação ao matrimônio e estendia o direito da adoção de enteado aos casais gays, mas estes dois pontos foram derrubados após forte pressão de grupos cristãos da sociedade civil e do próprio Parlamento.
Oficialmente, o Vaticano não interfere no debate político em Roma, papel que cabe à Conferência Episcopal Italiana (CEI). No entanto, em meio às discussões sobre o projeto para autorizar a união civil gay, o Papa já deu declarações neste ano dizendo que não pode haver confusão entre o que é a família que "Deus quer" e "outros tipos de união".
Segundo a "I.Media", Barjot perguntou a Francisco se, como cidadã católica, poderia continuar sua luta pela união civil entre pessoas do mesmo sexo, mas sem adoção. "Claro que sim", teria respondido Jorge Bergoglio. A lei em discussão na Itália já passou pelo Senado e agora será analisada pela Câmara dos Deputados, onde não deve sofrer grandes mudanças.
Em um segundo momento, o governo de Matteo Renzi deve apresentar um projeto para permitir a adoção de enteado aos gays.