Matéria publicada nesta terça-feira (23) no El País, conta que o Governo de Mauricio Macri anunciou na semana passada medidas favoráveis aos trabalhadores argentinos, em meio a uma rápida aceleração da inflação, cujo índice anual saltou de 25% para 30% em três meses.
Esse pacote de bondades, no entanto, acabou sendo fortemente diluído. Dias atrás, o ministro da Educação, Esteban Bullrich,ofereceu um aumento de até 40% aos professores, mas 72 horas depois o próprio Macri advertiu que nenhuma província argentina poderá conceder mais do que 25%. Paralelamente, o chefe de Estado da Argentina anunciou uma redução do imposto de renda, mas no dia seguinte esclareceu que pelo menos até 2017 esse benefício será menor do que se previa, enquanto a imprensa local alertava que a reforma tributária poderá deixar mais prejudicados do que beneficiados.
Segundo a reportagem, em seus dois primeiros meses de Governo, Macri, um ex-empresário que há 13 anos se envolveu na política, se dedicou a adotar medidas que promovessem os investimentos, como a desvalorização do peso, a eliminação de impostos sobre agricultura, mineração e indústria e a elevação das tarifas de eletricidade. Todas essas medidas foram justificadas pelo novo Executivo pela necessidade de corrigir erros dos 12 anos de kirchnerismo, mas acabaram prejudicando o poder de compra dos assalariados.
Outro detalhe que o jornal espanhol lembra, é que o encarecimento da energia elétrica ainda não se materializou nas contas de luz das famílias e empresas. Enfrentando uma discreta pressão social por causa da inflação, Macri procurou manter a lua-de-mel que costuma beneficiar os novos presidentes em seus primeiros 100 dias de mandato, e para isso reagiu com algumas medidas, que também incluem um aumento das aposentadorias e pensões, conforme um mecanismo aprovado durante o kirchnerismo, e do salário-família.
Mas ficou pelo caminho a promessa de um forte aumento salarial para o magistério. A data-base do reajuste salarial dos professores é a primeira do ano na Argentina, ditando um certo parâmetro para as negociações das demais categorias. As aulas começam na próxima segunda-feira, já sob uma ameaça de greve.
Texto traduzido e baseado em matéria do jornal El País. Para acessar na íntegra, clique no link abaixo:
https://internacional.elpais.com/internacional/2016/02/22/argentina/1456157203_755565.html