Cerca de 6,5 milhões de bolivianos irão às urnas neste domingo (21) para votar em um referendo constitucional e decidir se o presidente Evo Morales, no poder desde 2006, poderá se candidatar novamente nas próximas eleições de 2019.
De maioria indígena, a Bolívia tem aproximadamente 10 milhões de habitantes e tem vivido anos de estabilidade econômica, com forte crescimento e inflação controlada, de acordo com institutos públicos e privados.
Morales esteve à frente do país no maior boom econômico de sua história, com crescimentos anuais que chegaram a 6%. Calcula-se ainda, segundo dados do Banco Mundial, que o índice de pobreza extrema na Bolívia tenha passado de 38,2% para 17% em seu governo, e que a renda per capita tenha subido de US$ 873 para US$ 3.119, criando uma nova classe média.
Em pesquisas de opinião divulgadas no início do mês, a aprovação a Evo e ao seu governo ultrapassam os 60%. Porém, pesquisas de intenção de voto para o referendo mostram vantagem do "Não" sobre o "Sim". O presidente vem sendo acusado de usar sua influência política para favorecer uma ex-namorada, que conseguiu emprego numa multinacional chinesa que já assinou contratos milionários com o governo. Evo nega as acusações de tráfico de influência.
A reforma constitucional que pode permitir um novo mandato a Evo Morales foi proposta por organizações sociais e indígenas ao Parlamento boliviano. A reforma consiste em uma mudança na redação do Artigo 168 da Constituição para que o presidente possa se candidatar duas vezes à reeleição de maneira contínua, e não apenas uma vez, como prevê atualmente.
Mais de 250 mil bolivianos votarão no referendo de hoje fora do país, nas embaixadas e consulados. Mais da metade dos bolivianos que podem votar no exterior estão na Argentina.
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