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Cameron fala sobre avanços em negociaçõs sobre Reino Unido na UE

Negociações está 'mais difíceis do que o previsto', dizem fontes

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O primeiro-ministro britânico, David Cameron, afirmou nesta sexta-feira (19) que ainda "não há acordo" sobre a permanência do Reino Unido na União Europeia após o primeiro dia de reunião.

    "Trabalhei duramente até às 5h da manhã e fizemos alguns progressos. Mas, não há ainda acordo. Porém, farei tudo que puder. Como já falei, não haverá acordo se não houver aquilo que nós temos necessidades", disse o premier ao chegar à sede da UE para um novo dia de conversas.

    Segundo fontes europeias, contudo, as negociações "estão mais difíceis do que o previsto" e "todos os pontos do texto do possível acordo estão ainda em aberto". Durante o dia, serão realizadas diversas reuniões bilaterais entre Cameron e os países membros da entidade e o plenário com os 28 Estados-membros ocorrerá nesta tarde.

    Neste momento, o rascunho do texto está sendo revisto pelos membros jurídicos da União Europeia, que estão "testando" as várias soluções propostas durante a noite de ontem (18).

    Os líderes europeus se disseram "confiantes" com o fechamento de um pacto com a Grã-Bretanha que, após ser fechado no Conselho Europeu, passará por um referendo no país. Matteo Renzi, premier da Itália, disse que está "muito confiante" de que o documento levará Cameron a vencer o referendo.

    "Há ainda coisas pendentes, mas em geral, estou me dirigindo a essa discussão com a expectativa de que estamos felizes em fazer todo o possível para criar as condições que permitam que a Grã-Bretanha continue fazendo parte da UE. Do ponto de vista da Alemanha, isso é uma coisa importante", disse a chanceler Angela Merkel.

    Já o presidente francês, François Hollande, afirmou que "tem vontade" de que os britânicos fiquem no bloco, mas que nenhum país pode ter direito de não implantar as decisões do grupo. "A UE deve avançar e nenhum país deve ter direito a veto de uma decisão ou impor limites às autoridades europeias porque, senão, outros países vão pedir mais exceções. Acho que temos que permanecer no espírito de fazer a Europa avançar e não de retrocedê-la", destacou o francês.

    O premier grego, Alexis Tsipras, por sua vez, alçou o tom e disse que "não pode haver regras para alguns e tratamento 'a la carte' para outros". "É um momento crítico porque temos três crises em paralelo, a financeira, a de segurança e a dos refugiados. Aqui precisamos ficar unidos e solidários em todas as três crises. A solução não é construir muros, não é o racismo nem a xenofobia", ressaltou o grego.

    Entre os principais pedidos de mudança do britânico estão uma maior liberdade no mercado financeiro do país, a permissão para que o Reino Unido não se sinta obrigado a manter ambições assumidas na fundação da União Europeia - e ter mais poder para bloquear a legislação do bloco -, fazer restrições a trabalhadores de outros países europeus, retirando alguns benefícios, e o reconhecimento de que o euro não é a única moeda do bloco. (ANSA)