Matéria publicada dia 21 de novembro no The Wall Street Journal, por Robert Kagan, conta que durante vários anos, o presidente Barack Obama tem operado sob um conjunto de hipóteses com relação ao Oriente Médio. Em primeiro lugar, as tropas americanas não deveriam ter retornado para a região; em segundo, considerando o primeiro, os EUA não tem interesse suficiente na região para justificar tal compromisso renovado. As crises no Oriente Médio poderiam ter se mantido somente lá. Não pode haver derramamento de sangue e violência, até mesmo assassinatos em massa, na Síria e na Líbia e em outros lugares. Os combates não devem acontecer, e suas conseqüências, poderiam ser contidas. Os elementos fundamentais da ordem mundial não seriam afetados, e os interesses próprios da América não seriam diretamente ameaçados desde que uma boa inteligência e ataques aéreos bem colocados impedissem ataques terroristas em campos de petróleo americano, considerando que o Estado islâmico possa ser "degradado" e "contido " ao longo do tempo.
A reportagem fala que estes pressupostos poderiam ter mantido os conflitos do Oriente Médio no local, ao invés desta expansão territorial de ataques que estamos vivendo. As crises combinadas entre a Síria, Iraque e o Estado Islâmico não teriam sido contidas. O Estado Islâmico em si provou isto, com os ataques em Paris. O conflito sírio, com o seu êxodo de refugiados, está desestabilizando o Líbano e a Jordânia e colocando uma pressão adicional sobre a frágil democracia da Turquia. Sem deixar de falar, que aumentaram os conflitos entre sunitas e xiitas em toda a região.
O jornal americano diz que a guerra multifacetada no Oriente Médio deixou de ser um problema estritamente local. Tornou-se um problema europeu. A questão dos refugiados, a violência na Síria e a repressão do regime do presidente Bashar al-Assad abalaram o continente oprimido e suas instituições. Os ataques horríveis em Paris, provavelmente organizados e dirigidos pelo Estado Islâmico a partir da sua base na Síria, e a perspectiva de mais ataques desse tipo, ameaçam a coesão da Europa, e com ela, a coesão da comunidade transatlântica, ou o que costumava ser conhecido como Ocidente.