O Comitê contra a Tortura da ONU questionou a Venezuela sobre acusações de que centenas pessoas detidas durante uma onda de protestos, que teve início em fevereiro deste ano, sofreram tortura ou maus tratos atrás das grades. Calcula-se que cerca de 3 mil tenham sido presos durante este período.
Em reunião que será encerrada nesta sexta-feira (7), autoridades da ONU, que está impedida de entrar no país, debatem a situação dos direitos humanos no local, em meio a enxurrada de denúncias registradas nos últimos meses.
O chefe da delegação enviada ao organismo, José Vicente Rangel Avalos, que atua como vice-ministro de Política Interior e Segurança Cidadã, negou acusações e disse que em seu país é usado uma modelo policial e de segurança que respeita os direitos humanos. Relatório da ONU, no entanto, diz que foram denunciados casos de pessoas que foram ameaçadas de violência e estupro, tiveram que se despir na cela, não tiveram acesso a médicos ou advogados e não puderam entrar em contato com familiares.
Leopoldo López
O organismo ainda reiterou sua preocupação com o líder opositor Leopoldo López, detido em fevereiro deste ano de forma preventiva. De acordo com a ONU, nada justifica seu isolamento, o que se trata de uma espécie de tortura.
O Conselho dos Direitos Humanos emitiu uma nota no começo de outubro dizendo que "a prisão do Sr. Leopoldo Lopez é arbitrária" e exigiu sua "libertação imediata". Organismo ainda destacou que "não é permitido o direito legítimo a defesa" do político e que a medida contra ele enfraquece "o direito constitucional à liberdade de expressão e manifestação".