O primeiro-ministro da Itália, Matteo Renzi, afirmou que a Europa passa por um momento perigoso e que a região precisa sofrer mudanças, ao conceder uma entrevista à emissora norte-americana CNN. "Este é um momento perigoso. Devemos mudar a Europa, porque é o certo a se fazer", afirmou Renzi, ressaltando que o "o maior problema é a direção" que o continente toma.
Assim, o premier italiano confessou concordar com a posição de seu homólogo britânico, David Cameron, sobre o referendo que o Reino Unido fará em 2017 para decidir sua permanência na União Europeia. "Considero absolutamente importante reduzir a burocracia na Europa e o poder dos tecnocratas em Bruxelas", defendeu o premier, que assumiu o governo italiano em fevereiro de 2014 com o discurso de que faria com que a Itália tivesse mais voz na União Europeia. Nos últimos dias, Renzi ficou sob os holofotes da imprensa internacional por se opor às declarações da chanceler alemã, Angela Merkel, de que a Itália e a França deveriam cumprir seus compromissos de reduzir os déficits orçamentários através das políticas de austeridade. "Se o presidente da França decidir se afastar dos parâmetros europeus, ninguém pode dizer que isso não é correto, ou acreditar que a Europa seja uma escola em que há um professor e todos os outros são estudantes", criticou Renzi à CNN. Atualmente, Bruxelas controla o cumprimento de um Pacto de Estabilidade na União Europeia que prevê que nenhum país ultrapasse seu déficit público em 3% de seu Produto Interno Bruto (PIB), bem como sua dívida pública em 60%. "Estou absolutamente convencido de que os 3% são um parâmetro do passado. Mas o problema é que a Itália perdeu credibilidade por não respeitar esse parâmetro do passado. Portanto, nossa posição é clara: respeitamos os 3%, mas somos contra alguém dizer que, se o presidente da França descumprir a norma, está errado", afirmou Renzi. A entrevista com o líder italiano foi gravada em Londres, onde o premier estava para um encontro com Cameron ontem (2). (ANSA)