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"Parece a Segunda Guerra Mundial", diz Caritas sobre Gaza

Segundo entidade, famílias inteiras morreram nos confrontos

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O confronto entre Hamas e Israel está deixando o cenário em Gaza parecido com os estragos causados pela Segunda Guerra Mundial, diz o diretor da organização Caritas de Israel e Palestina, o padre Raed Abusahila.

"É como a Segunda Guerra Mundial, a destruição é total. Atacam todos: civis, mulheres, crianças e hospitais. Isso está além da imaginação", disse Abusahila em entrevista por telefone.

Segundo o religioso, cristãos também estão correndo perigo no local. Ele afirma que casas e escolas da pequena comunidade de 1,3 mil pessoas não estão a salvo. A Caritas está tentando ajudar essas 310 famílias cristãs no local.

Entre aqueles que precisam de ajuda, está a família Ayyads, cuja casa foi destruída em um bombardeio no domingo (27) "sem nenhum aviso e sem um porque". A matriarca da família, de 60 anos, morreu e um dos seus filhos está em estado gravíssimo, com queimaduras em 70% do corpo e lesões na cabeça.

No meio do conflito, a situação é dramática, de acordo com o padre. Não há eletricidade, nem água, bombardeamentos de dia e de noite e mísseis que caem de ambos os lados do confronto. E "é realmente terrível porque não dá para fugir nem se quiséssemos", falou o religioso.

A Caritas está tentando mandar ajuda a quantas famílias forem possíveis, sejam muçulmanas ou cristãs, e está com um projeto de conseguir fundos para sustentar 3 mil famílias que perderam tudo para "sobreviver por um ou dois meses".

"Eles devem parar com essa guerra e salvar a vida de tantos inocentes. Digo, e não tenho medo de falar, que as pessoas mortas de ambos os lados são seres humanos e não números. Eles têm nomes, pais e parentes. Imagine que em Gaza 56 famílias foram completamente extintas, mortas por ataques. Isso significa que elas não existem mais. Isso é terrível. Devem parar!", pediu o padre.

Até o momento, mais de 1,1 mil palestinos e 56 israelenses morreram nos bombardeios e nos confrontos por terra. As lideranças dos dois lados não conseguem acertar um cessar-fogo e pedem para que as pessoas se preparem para um longo período de confrontos.

A explosão de violência entre a Faixa de Gaza e Israel começou após assassinatos de adolescentes - três israelenses foram mortos por palestinos e um adolescente de Gaza foi queimado vivo por judeus.